Vidabrasil circula em Salvador, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Edição Nº: 315
Data:
30/9/2002
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» Índice
» Foco
Um brinde ao paladar  

» Turismo
Australia Em contato com a natureza  

» Comportamento
é proibido fumar Os Estados Unidos não cessam a guerra contra o cigarro. Estão proibindo os fumantes de alimentar o vício até nas suas próprias casas  

» Arte
Conheça a técnica de pintar as matas brasileiras, da pintora Beth Lírio, que está conquistando o mundo
» Editorial
O endereço do crime
» Boca Miúda
Surpresa de São Matheus, pode atrapalhar os planos do “chapão” que quer eleger grande número de deputados
» Triângulo
Ortopedista Geraldo Silveira implanta equipamento revolucionário em sua clínica de Santa Lúcia
Autos

Em maio de 1952, a Daimler Benz deixava clara a sua aposta na competição: criou um modelo esportivo inteiramente novo, batizou-o 300 SL e inscreveu-o nas carismáticas Mille Miglia. Embora não conseguindo o triunfo, o segundo lugar alcançado no final abria boas perspectivas futuras. E foi assim que, apenas um mês depois, os 300 SL voltavam a aparecer, agora nas 24 Horas de Le Mans, com a responsabilidade redobrada de brilhar numa prova em que a marca germânica nunca tinha conseguido grandes desempenhos.  
Surpresa – Os 300 SL tinham pouco a seu favor. Além dessa falta de antecedentes, as performances ao seu alcance eram claramente inferiores às dos concorrentes italianos, franceses e ingleses. Apesar do abandono de um dos carros inscritos pela marca de Stutgard, os dois restantes conseguiriam atingir os mais altos degraus do pódio. Uma surpresa tão grande que a organização nem sequer tinha o hino da Alemanha. Começava, assim, a escrever-se em letras douradas a história de uma das siglas mais gloriosas da história do automóvel.  
Uma das principais características dos SL era, logo nos primórdios, o avanço tecnológico. Na década de 50, e verificando que era impossível retirar mais de 170 cavalos do motor de seis cilindros que equipava o modelo, os técnicos da Mercedes optaram por dedicar a sua atenção a outros pormenores importantes. Conscientes de que o desempenho estava dependente em grande medida da potência do motor, do peso do conjunto e do aerodinamismo da carroceria, apostaram em melhorar os dois últimos fatores.  
Revolucionário – Os resultados não demoraram. Primeiro foi a utilização de um revolucionário chassi tubular, que não pesava mais de 50 quilos. Depois, e sem os meios informáticos hoje usados, os designers conseguiram criar uma carroceria com o espantoso coeficiente de penetração de 0,25 – ainda hoje espetacular. E, ainda por cima, tiveram tempo para criar alguns pormenores deliciosos, como as portas que abriam verticalmente, dando ao carro um perfil que fazia lembrar uma gaivota (daí a alcunha Gullwing – asa de gaivota – que não mais o abandonou).  
Nos primeiros anos, o 300 SL só foi usado em competição.  
Depois de vitoriosa carreira nas competições, em 1954 era chegado o momento de enfrentar um desafio mais difícil: o comercial. Apresentada no Salão de Nova York, a versão comercial do 300 SL conquistou a imprensa e o público. Apesar de custar uma fortuna, nos três primeiros anos de comercialização tinha conquistado 1.400 compradores, ultrapassando mesmo as melhores expectativas. Justificava-se plenamente a continuidade. E foi assim que, desde então, nunca mais a Mercedes deixou de ter os Sl entre a sua oferta.  
Muitas coisas mudaram, obviamente. A sigla, inicialmente criada para um cupê esportivo, passou a ser sinônimo de ‘roadster’ (conversível) em 1957, quando surgiu a versão aberta do SL. As gerações sucederam-se. Evoluções tecnológicas alternavam com modificações do design. Como poucos, o SL soube sempre adaptar-se às exigências da modernidade. Até que, o ano passado, nasceu uma geração inteiramente nova. Linhas agressivas e um nível tecnológico impressionante fizeram com que os novos SL voltassem a merecer aquilo que um jornalista americano escreveu a propósito do 300 SL em 1954: “O esportivo do futuro tornou-se realidade...”  
Cronologia da lenda  
1952 – O 300 SL estréia nas Mille Miglia, conquistando os 2º e 3º lugares. Depois, vence em Le Mans e triunfa na Carrera Panamericana  
1953 – O motor passa primeiro para 201 e, depois, para 215 cavalos, pela adoção de um sistema de injeção direta de gasolina  
1954 – Apresentação da versão comercial no Salão de Nova York. O carro atinge os 260 km/h e custa 29 mil marcos alemães  
1955 – Nasce o 190 SL, baseado no 300 SL mas que é um ‘roadster’ extremamente elegante  
1957 – Surge a versão ‘roadster’ com ‘hardtop’ do 300 SL, o conversível esportivo mais luxuoso do seu tempo  
1963 – Nova geração do SL, com o 230 SL sendo a versão mais conhecida. Menos esportivo do que o seu antecessor, tem linhas mito originais. A forma da capota justifica o apelido de Pagode  
1971 – A evolução continua, como modelo a ser completamente redesenhado. Pela primeira vez, na versão 350 SL, o carro surge equipado com um motor de oito cilindros  
1989 – No Salão de Genebra é apresentada uma nova geração do SL. O luxo é levado ainda mais longe. Esta geração veio estrear motores V12, dos quais o mais potente  
(o do SL 73 AMG) tem 525 cavalos  
2001 – É apresentada a atual geração do SL, com um visual radical e elevado desempenho  


O primeiro SL conversível nasceu há 45 anos e baseava-se, de forma clara, no inesquecível Gullwing

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