Vidabrasil circula em Salvador, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Edição Nº: 319
Data:
30/11/2002
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» Índice
» Autos
Motores colossais  

» Turismo
O triângulo delirante de Dali
» Luxo
O refúgio do estilista  
Giorgio Armani  

» Editorial
Entre o sonho e a realidade
» Turisnotas
O Blue Tree Tower Brasília, único resort urbano do país, oferece pacotes por preços imbatíveis
» Passarela
A jornalista Alexandra Isensee passeia pelos mais importantes acontecimentos da sociedade soteropolitana
» Boca Miuda
No Estado da Bahia, a quebra de respeito a algumas leis é um flagrante atentado à cidadania
Atualidade

Há cerca de dois anos atrás, em entrevista a esta revista, o líder do Chiclete com Banana, Bell Marques fez algumas afirmações que para serem entendidas foi preciso subir no seu “trio”, o Tiranossauro Rex, e desfilar pela passarela montada na Praia de Camburi em Vitória.  
“ – Qual o recado para quem vem atrás da música?  
– Quem vem atrás da música tem que ter muita sensibilidade. Primeiro, porque você é tratado como Deus. Todo mundo me trata como Deus. Aí, tenho que acordar todos os dias e dizer: eu não sou Deus. Aonde vou todo mundo abre a porta, me beija, ri, manda flores, me trata bem, facilita as coisas. Todo mundo reza para mim. Eu encontro “n” pessoas que dizem: “– Olha meu filho, nas minhas orações eu lhe incluo.” Aí você tem que agradecer por tudo isso. Não rejeitar. Ela está fazendo isso porque gosta de mim. Se eu vou fazer um favor para fulano é porque isso me faz bem.  
– Como você lida com o poder creditado a um artista?  
– Quando subo no palco, são 70 mil pessoas me aplaudindo. São 150 mil pessoas dizendo que sou lindo, gostoso, maravilhoso e que, se me derem uma varinha de condão, vou fazer milagres. Todas as pessoas estão ali me reverenciando. Se eu mandar todas sentarem, todas sentam, se mandar todas se ajoelharem, elas se ajoelham. Qual é o poder que todos vêem? Então não vamos nos sentir especial, vamos nos sentir querido. Em troca disso eu retribuo pelo menos com o meu bem-estar. Muito difícil me encontrar de mal humor. Quem vem de baixo, em qualquer situação, não tem nenhuma necessidade de mudar sua trilha. Você pode simplesmente aproveitar o que as pessoas querem lhe dar, e não sair pisando em todo mundo dizendo que quer mais. Se achar que é mais do que é, vai bater com a cara no chão. ”  
Parece pretensioso, não? Não é!  
 
Durante três dias, este repórter viveu a rotina de uma banda cujos princípios básicos são o respeito ao público, o extremo profissionalismo e o perfeccionismo do seu líder, Bell Marques.  
Na alma do “Tiranossauro”, Bell divide com o irmão Wilson Marques, engenheiro de som e administrador do sistema, o comando de um staff formado por 22 pessoas. São, além de músicos, garçons, seguranças, técnicos, produtores...  
Uma verdadeira empresa ambulante que transforma o show, como diz o comandante Jorge Mello, piloto e amigo pessoal de Bell, num CD digital tocado ao vivo.  
No primeiro dos três dias de show, era indisfarçvel o stress de Wilson Marques no afinamento do som e demais controles do Tiranossauro. Parecia transtornado, até que, ao deixar a parafernália pronta para o espetáculo, abriu os braços e o sorriso franco para ser fotografado, agradecendo a Deus por mais um dia de glória.  
Quem viu há 30 anos um negro de corpo malhado e voz potente, comandando um Maracanãzinho lotado, fazer metade da platéia cantar “Meu limão, meu limoeiro...” e a outra “Uma vez squindô lê, lê, outra vez...”, jamais imaginou que depois de Simonal, esse baiano nascido no Terreiro de Jesus, em Salvador, Washington Bell Marques, fosse brincar com uma massa de mais de 70 mil pessoas, fazendo-a cantarolar trechos de suas músicas e, mais ainda, ao gritar “vamos dar a volta no trio, vamos dar a volta no Brasil”, movimentar todo mundo na direção que bem quer e entende.  
De repente, uma plataforma abre-se na lateral do Tiranossauro e o ídolo desce até o povo que quer tocá-lo, beijá-lo. É nesse momento que entende-se quando ele diz que é preciso acordar todos os dias e dizer: “Eu não sou Deus”. E pelo visto ele faz isso muito bem.  
No convívio pessoal, Bell Marques é o mais simples dos mortais. Ana Marques, sua mulher, grande amor, amiga e cúmplice de todas as horas, costuma dizer: “Bell pode ser o melhor ou ó pior patrão do mundo. É humano, amigo, carinhoso e compreensivo. Só não admite a convivência com o erro.”  
Em cima do trio ele é de fato um comandante com olhos astutos de águia. Vê tudo. Chama a atenção da polícia para pequenos roubos, aparta brigas, aciona comandos para o som, a direção do trio elétrico e, ao mesmo tempo, toca, canta e incendeia a platéia com a voz poderosa e aquele sorriso que é a sua marca registrada. Tão eclético, ao passar de um lado a outro do trio, é capaz de chamar severamente a atenção de um membro da equipe e chegar ao outro lado com o mesmo sorriso.  
Bell, o irmão Vadinho, Rey, Valtinho, Deny e Lelo são movidos a pura emoção, barrinha de cereais, maçãs, queijo e água de coco. Álcool ou qualquer outro estimulante, nem pensar. Afinal, para ficar três dias seguidos, seis horas por dia tocando, cantando e com a enorme responsabilidade de comandar uma massa, que faz literalmente qualquer coisa que o líder mandar, é preciso estar muitíssimo saudável, física e mentalmente.  
O Chiclete com Banana é isso aí, o sobrenome de uma enorme família criada e treinada para provocar fortes emoções e levar felicidade a um povo sofrido que muitas vezes se alimenta da energia descarregada pela banda  

  
Renata e o diretor da AL, André Nogueira.

Sandra e o prefeito Luiz Paulo, Jacqueline e o deputado Jutahy Magalhães

Nos camarotes, empresários tietes: Alfredo Tomazelli

Nos camarotes, empresários tietes:Nardoto e o hoteleiro Marcelo

Nader com bandana e tudo mais

o sorriso glorioso de Wilson Marques

Gosto pelo que faz: Baca, garçom do grupo há 18 anos, é a própria alegria

o estilo de Deni

Þ A emoção em cima do Tiranossauro: o casal Aninha e Daniel Brandão, com a amiga Aninha Marques e este repórter

Wadinho, tendo ao fundo o mar de Camburi





Faixas manifestando o carinho dos “chicleteiros”

O percussionista Waltinho: o mesmo sorriso do chefe

A tietagem

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