Vidabrasil circula em Salvador, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Edição Nº: 323
Data:
30/1/2003
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Entrevista

“Não estou morto”  
 
Depois de um silêncio de semanas, o que é incomum em seu temperamento, o presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, José Carlos Gratz (PFL), resolveu voltar a falar sobre a cassação de seu registro de candidatura, o que suspendeu sua diplomação pela Justiça Eleitoral e, conseqüentemente, impedirá sua posse para o quarto mandato consecutivo como deputado estadual.  
Gratz ainda não desistiu de recuperar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o direito de assumir a vaga que conquistou “legitimamente”, como enfatiza, com 25 mil votos nas eleições de outubro último, está com todo o seu tempo voltado nesse sentido e promete que, se isso não acontecer, vai disputar as eleições para prefeito de Vitória ou Vila Velha.  
Nessa entrevista, concedida em seu apartamento da Praia do Canto, em Vitória, a duas semanas do final de seu terceiro mandato, José Carlos Gratz, 54 anos, denunciou que outros deputados se beneficiaram da mesma lei que o levou a não ser diplomado, e no entanto nada aconteceu com eles, e disse que está sendo vítima de “uma trama diabólica e uma conspiração ideológica”: “Essa turma toda que está chegando ao poder é da escola de Stálin. Eles fazem tudo para destruir seus adversários”.  
 
O senhor resolveu romper o silêncio depois desse maremoto que o atingiu. Como anda o processo da cassação de seu registro de candidatura? Todo mundo tem a sensação de que isso é definitivo. O senhor já está preparado para não ser deputado a partir de 1º de fevereiro?  
Eu sou homem preparado para muitas coisas, não para injustiça. Confesso que sei como dorme o injustiçado, não o injusto, porque nunca cometi uma injustiça em toda minha vida. Sou um homem com três mandatos consecutivos de presidente da Assembléia, coisa que incomoda os meus algozes no Espírito Santo e, para me reeleger deputado estadual, quase não fiz campanha, porque o capixaba me conhece.  
Estranho tudo isso. Todos se elegeram falando de seus feitos e eu não fiz nada disso. A Assembléia votou uma lei, transferiu recursos orçamentários de um aeroporto que não seria construído, para pavimentação de vias públicas, num acordo com a CST.  
Obras iguais a essas foram feitas em vários municípios e não deu nenhum problema. Como foi feito em Vila Velha, terra de Max Mauro e Max Filho, prefeito, dois inimigos meus de longa data, disseram que me beneficiei, coisa que não é verdade. Não fui um dia sequer andar numa rua das que foram feitas. O benefício foi para o povo e sequer tive votação expressiva. No bairro onde as obras foram feitas tive 828 votos, num colégio eleitoral de 234 mil eleitores no município e de cerca de 20 mil eleitores no bairro.  
Em todas as eleições em tenho isso lá, porque morei em Vila Velha por 28 anos.  
– Como é que foram feitas efetivamente essas obras? Esses recursos foram diretamente para elas, passaram pelo governo, como foi isso?  
– As obras foram feitas 100% pelo Estado. A CST contratou a empresa, os recursos foram repassados para a Secretaria da Fazenda, e a Secretaria de Obras fiscalizava e pagava.  
– Um processo parecido com aquele com a Samarco, que reformou o Hospital São Lucas e fez a rodovia de Jabaquara para Ubu?  
– Parecido, não, é o mesmo processo. Além da estrada de Jabaquara e do São Lucas, foi feito o contorno de Cachoeiro com a Viação Itapemirim, doação de aparelhos para o Hospital das Clínicas, o hospital de Linhares, e dezenas de outras obras da mesma maneira, com a mesma lei ainda dos tempos do governador Vitor Buaiz.  
– E o senhor estava por trás dessas outras obras também?  
– Não, cada deputado alocava recursos para sua base eleitoral. No caso específico meu, a denúncia é sem fundamento. Não admito que o Estado oprima as grandes empresas. A Assembléia participou das negociações na Câmara Setorial, com a Federação das Indústrias, Ministério Público, Sindifiscal, Procuradoria do Estado, Secretaria da Fazenda e as empresas. Nunca me beneficiei disso.  
Vou morrer falando que fui vítima de uma injustiça, um julgamento político, sem nenhum cabimento. Se, por acaso, eu tiver a sorte de os ministros do TSE olharem o processo, vão ver que não tem nenhum fundamento porque foi uma obra feita pelo Estado, sem minha participação.  
O que alegam é que um morador disse que tirei ele da lama, outro botou uma faixa agradecendo a mim e ao vereador do bairro. Essa lei tem quase dois anos que foi votada.  
– Mas não foi da época do Vitor?  
– A lei primitiva tem quase seis anos, a emenda que foi feita na lei, transferindo recursos do aeroporto para essas obras, foi em junho de 2001. Foi uma emenda orçamentária. Eu mandei para os juízes os programas eleitorais, onde o senador Gerson Camata diz que fez quase todo o Espírito Santo, e não deu nada para ele. Houve deputado federal eleito que entregou uma máquina para cada município, outro que inaugurou hospital.  
Todo mundo, na campanha, falava de seus feitos, porque, se o deputado não leva obras, é cassado pelo povo, se leva obras, é cassado pela Justiça Eleitoral. Então, como é que se pode ser candidato no Brasil? Eu espero que o TSE reveja essa situação e me devolva o mandato legítimo. Não se pode cassar 25 mil votos assim. Tiveram tempo hábil para olhar tudo antes da eleição.  
– Em que pé se encontra esse processo?  
– Aqui no TRE a votação se deu de maneira estranha, porque eu e meu advogado não estávamos presentes. Foi numa quinta-feira, véspera da diplomação. Fizemos recurso, o presidente do TRE acatou e hoje está no TSE. Espero que as coisas se normalizem. Minhas divergências políticas são grandes. Erro no falar, porque a maneira que tenho é revidar agredindo verbalmente, porque são muitos anos de perseguição nojenta por parte de adversários políticos e desse homem que era para honrar a instituição dele, mas que usou o cargo dele para me perseguir nos últimos seis anos no Ministério Público Federal, o senhor Ronaldo Albo, ex-procurador-chefe da República no Espírito Santo.  
– Mas por que o senhor acusa o procurador Ronaldo Albo de persegui-lo? As ações dele não são movidas pelo interesse público?  
– Ele vivia reunido com os meus adversários políticos, nunca me chamou para saber quem sou eu. Contratei agora um advogado do Rio de Janeiro para acompanhar isso, levei os processos que ele forjou, e que estão nas mãos de autoridades sérias do Brasil. Tenho vergonha de tornar público o que ele coletou de depoimentos sobre minha pessoa. Fui alvo das coisas mais asquerosas que um homem pode ter.  
Só acordei agora, nesses 70 dias que estou em casa, para perceber que foi uma trama diabólica e hollywoodiana. Meus algozes se irritaram quando eu disse que o relatório da CPI do Narcotráfico no Espírito Santo é um papel higiênico, e é mesmo, porque não faz sentido chamar a mim para depor, um homem de 54 anos que nunca conversou sobre drogas com ninguém. Ou depoimentos de gente que eles não sabem quem são e que dizem que tenho casa na Ilha do Frade, na Ilha do Boi, que tenho Mercedes blindadas, que ando cercado de seguranças, o que é mentira, porque não tenho nada disso e o povo daqui sabe que nunca andei com seguranças porque sou nascido e criado aqui, moro no mesmo lugar há quase 20 anos.  
O Ronaldo Albo coletava esses depoimentos só com um intuito: atender os meus inimigos políticos e mandar para a imprensa nacional. Só agora fui perceber. As pessoas que lêem os depoimentos que ele pegou vêem que o que está lá é impossível de se comprovar. Isso é uma trama diabólica e agora estou ingressando na justiça, porque quero ser acareado com essas pessoas.  
– Que depoimentos são esses?  
– Houve um cidadão que disse que eu mandei matar o dono do bingo Arpoador, no Rio de Janeiro, e isso saiu na revista “Istoé”, e eu nunca ouvi falar em bingo Arpoador e nem no cidadão que morreu. Depois, elucidaram o crime. Ninguém sabia disso. Nem inquérito o senhor Ronaldo Albo abriu. Foram só 20 folhas de depoimento para tentar me incriminar. As Polícias Civil e Militar checaram tudo. O cidadão fala que eu recebi envelope de traficante, e eu nunca ouvi falar nessas pessoas. Nunca tive imóveis na Ilha do Frade, Ilha do Boi, ou Praia da Costa, como ele disse. Nunca tive Mercedes Benz, uma preta e uma prata.  
Esse cidadão, se existe, está acobertado pelo Ronaldo Albo. Segundo uma pessoa que foi citada, um policial militar, essa pessoa é um mendigo que ele conheceu dormindo no chão de um lava-a-jato.  
São coisas impressionantes. O Ronaldo Albo diz que eu tenho todas as máquinas de caça-níquel no Estado e nunca tive nenhuma. Diz que eu tenho cinco bingos em São Paulo e nunca tive nenhum. Diz que eu tenho boates em Guarapari. Então, fez isso apenas para municiar a imprensa nacional, porque o documento é sigiloso, está escrito lá, mas saiu na imprensa nacional. Isso tudo foi para me prejudicar. Não consegue provar nada.  
Tem outra onde um cidadão diz que ouviu dizer que eu tinha mandado matar o filho do capitão Guimarães, banqueiro de bicho do Rio de Janeiro. Liguei para o Guimarães, que tem muito tempo que não vejo, e ele levou até um susto, porque o filho dele está mais vivo do que todo mundo. Depois essa mesma pessoa foi à Justiça Federal e disse que não disse nada daquilo.  
Nos últimos anos, o Espírito Santo viveu muito conturbado politicamente. Passei 18 horas por dia trabalhando, enquanto eles tramavam tudo isso. Agora, vamos conseguir na Justiça acareações com esses depoentes e eles vão ter que aparecer.  
– O senhor sumiu um pouco dos circuitos políticos, não deu posse ao novo governador. Está dedicando tempo para se defender na Justiça?  
– Não, eu não fui à posse porque nossas divergências são inconciliáveis. São pessoas maldosas, de uma escola de Stálin. A maioria dessas pessoas que estão no poder hoje no Estado é responsável pelas agressões que venho sofrendo. Eles querem liqüidar o adversário a qualquer preço.  
– O senhor acha que isso que chama de trama diabólica tem a ver com questões ideológicas?  
– Cem por cento. Parte é trama diabólica, a outra é conspiração ideológica. Se é para me atingir, até um e-mail que eu passo gera um processo e sai na primeira página dos jornais. Denúncias contra a Prefeitura de Vitória, com a participação do Grupo de Repressão ao Crime Organizado, que tenho os documentos em minhas mãos, nunca saiu numa página de jornal. Superfaturamento, corrupção, CPIs trancadas na justiça, isso a grande imprensa não explora.  
Ainda bem que minha vida pública é limpa, minhas contas sempre foram aprovadas por unanimidade, sempre tive zelo pela administração da Assembléia e nunca conseguiram me denunciar. Infelizmente, a grande imprensa do Espírito Santo faz parte desse jogo.  
Quando falaram em intervir no Espírito Santo, comecei a rir e houve autoridades com raiva de mim. Intervenção não se dá de qualquer maneira. Ficaram contra mim o ministro da Justiça da época, o Conselho de Direitos Humanos, a OAB, o Ministério Público Federal, a Igreja Católica na pessoa do arcebispo, sou católico e tenho direito de falar.  
Mas o que motivou esse pedido de intervenção? O assassinato do advogado Marcelo Denadai. Mas a Polícia Federal desvendou esse crime, o suposto mandante, que não tenho o direito de incriminar, teve prisão preventiva decretada, mas é aliado do atual governador e do atual prefeito da capital. Estou dizendo aliado.  
Depois disso, a imprensa não toca mais no assunto, a OAB não falou mais nada. Se eu der um espirro e gripar um cidadão do meu lado, sai na primeira página: Gratz gripou o Estado. Mas eu não estou vendo a imprensa capixaba procurar saber como está o caso da Marval, na Prefeitura de Vila Velha, como está o caso do Denadai. O que é contra eles não sai, somente as mentiras contra a gente.  
– O senhor pretende revidar o que fizeram contra o senhor até hoje?  
– Tenho senso de justiça, muita fé em Deus e uma coisa que me fortalece: a minha família e o carinho que os amigos têm por mim. Somo o lado bom. O lado ruim eu vou levando e depois tiro a média para saber se sou feliz ou não. Eu sou feliz. Tenho momentos de angústia, mas o que tenho feito nos últimos anos para ajudar a estabilidade do Estado somente as pessoas que foram co-participantes é que sabem.  
Não atuei para divulgar meus feitos. Talvez se tivesse gasto com os meios de comunicação tivesse tido melhor sorte. Mas sempre economizei os recursos do Estado e da Assembléia, impedindo que o governador gastasse fábulas com publicidade, e talvez esse tenha sido o meu erro.  
Apenas vou tomar minhas providências agora na Justiça. Quem me conhece sabe que sou dócil, participo da sociedade capixaba há 30 anos, mas tenho temperamento que não me permite ficar calado. Revido com palavras às mentiras contra mim. Tenho uma série de processos de calúnia, todos eles mal encaminhados, porque o artigo 53 da Constituição diz que sou imune em minhas opiniões, palavras e votos. As agressões eu devolvi com palavras ofensivas. Isso fez com que não gostassem e me processassem. Fazem isso para puxar no computador e dizer que tenho dezenas de processo.  
Eles não me derrotaram ainda. Estou ferido, mas não estou morto. Vou lutar pelo meu mandato. Se perder, é desígnio de Deus, sigo as tradições de minha família. Se tudo isso acontecer, em breve estarei nas ruas trabalhando um novo mandato com mais tempo. Vou mostrar o que não pude mostrar até agora porque peguei a Assembléia em períodos conturbados, com o Vitor Buaiz e com o José Ignácio.  
Se há dois anos eu tivesse cassado o José Ignácio, sairia como herói. Como não havia nada que incriminasse o governador, ele foi absolvido pela Assembléia. E o ódio dessas pessoas, que tinham todo o tempo para maquinar contra mim, foi crescendo.  
– O senhor teme que, uma vez terminado o seu mandato, possa haver alguma ação pirotécnica para tentar desmoralizá-lo? Que ao descer da Assembléia seja preso? O senhor está tomando alguma precaução?  
– Tudo o que falo é documentado. Antes de eu entrar na política mexia com o jogo do bicho. O governador Max Mauro usou a Polícia Federal na época, em 1989, para me prender na porta de minha casa. Fiquei oito dias detido e até hoje não vi o mandado de prisão. Depois de 60 dias, a Justiça Federal, através do Ministério Público Federal, disse que eu não tinha cometido nenhum crime federal. Contravenção penal, de jogo de bicho, a pessoa detida assina um termo de depoimento para um juiz e vai embora. Mas eu fiquei oito dias preso.  
Acredito que a Polícia Federal está fazendo um trabalho sério no Brasil inteiro e não vai se prestar a serviço sujo, sem nenhuma fundamentação. Eu fui alvo de uma operação nojenta da CPI do Narcotráfico, de inimigos meus do PT, mais de um ano de investigação, abriram as minhas contas, de meus amigos, que eles diziam que eram laranjas, até de meu motorista, e o que conseguiram em 60 balanços de cinco anos de minhas contas, foi me tributar em 82 mil reais. Pedi um parcelamento do principal com a multa, estou pagando em 30 meses. Tenho certidão negativa de tudo em minha vida, até de fidelidade conjugal, costumo brincar com minha mulher.  
Não acredito que haja a possibilidade de quererem me prender. Por mais que você esteja na mídia, um juiz precisa de fundamentação para conceder uma prisão. Boatos existem, mas não acredito. Prefiro acreditar na decência.  
– Como o senhor avalia esses primeiros dias do novo governo, a formação de sua equipe, todos os atos, inclusive a nomeação de um promotor do Grupo de Combate ao Crime Organizado para a direção do Detran?  
– Caso se confirme essa nomeação, ela é totalmente ilegal e suspeita. Esse mesmo promotor foi quem denunciou as falcatruas na Prefeitura de Vitória, que estão ocultas pelo Ministério Público Estadual até hoje. O promotor não pode ir para o Detran porque a Constituição proíbe que ele exerça qualquer outro cargo, a não ser o de professor. Se ninguém recorrer, por medo, o meu partido vai entrar na Justiça contra ele. A nomeação da vice-presidente da OAB como Procuradora do Estado também é ilegal, porque tem ser da ativa.  
Esse governo aí é de alianças com a imprensa. Com a mídia nacional, que ele tem acesso total, e governa com o retrovisor. Torço para que obtenha êxito, mas esse ódio dele, igual ao dos Mauro, chega a impressionar. Em todas as suas conversas cita a convenção do PSDB de 1998, que perdeu para o José Ignácio. Se comparar o que o José Ignácio deixou e o que o Vitor Buaiz deixou, o José Ignácio foi bem melhor em termos econômicos. No entanto, o José Ignácio não agrediu o Vitor. Tudo isso que está acontecendo comigo tem o dedo do governador Paulo Hartung.  
– O senhor disse que, se não conseguir recuperar seu mandato de deputado, vai lutar por outro mandato. O senhor pensa em estar nas ruas disputando alguma coisa nas eleições municipais do ano que vem?  
– Depois do Carnaval eu vou estar nas ruas. Nesse período todo eu tive pouco tempo para fazer política. Quando eu falei que seria senador da República, há quatro anos, o mundo desabou sobre mim. Eu tinha uma pesquisa que me dava a liderança, estava tomando vaga de alguém. Eu fiquei cinco anos sem ir a Brasília, mas agora eu vou.  
O primeiro e único partido que tive foi o PFL, mas até me expulsar dele estão maquinando. Eu construí o PFL capixaba. Mas a verdade sempre prevalece, ela é linda. São tão esdrúxulas as acusações contra mim que nunca vão vingar. A Justiça não vai se deixar levar por essa publicidade opressiva da imprensa.  
– O senhor é candidato a prefeito de Vitória?  
– Se tudo der certo, não tenho como não ser candidato a prefeito de Vitória ou de Vila Velha.  
– O que pode impedir isso?  
– Uma das coisas seria a perda de um partido como o meu. Eu ficaria até desestimulado para tudo. Tirando isso, eu dificilmente deixaria de concorrer, porque seria a única oportunidade que eu teria para tornar público quem sou eu. Nunca tive espaço na grande mídia para falar. Nunca tive o direito de resposta nas revistas de fora do Estado.  
– O senhor está participando das conversações sobre a eleição da nova Mesa Diretora da Assembléia?  
– Até agora, não. Conheço bem esse processo porque passei por sete eleições de Mesa. Um dos temores é um alarde no dia 1º para evitar que a gente faça o presidente. Não há ninguém que possa dizer que está com a vitória na mão. No dia 25, eu sento com o meu grupo. Esse negócio se resolve nos últimos três ou quatro dias  



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