perguntas sem respostas

domingo, 30 de agosto de 2009

A bem da verdade, até hoje vi nos telejornais o pessoal do MST apenas em meio a lonas pretas acampando à beira de estradas, invadindo fazendas.. isto é, terras supostamente improdutivas e protestando, empunhando foices e enxadas.

perguntas sem respostas

Taí mais um mistério, mais uma coisa difícil de entender, apesar de viver há 40 anos neste país: o MST reivindica a desapropriação de terras que produzem pouco.

E as centenas de milhares de hectares dados aos índios para plantarem apenas pouquinha mandioca para o sustento da tribo?

Diante dos olhos de minha memória logo aparece o simpaticíssimo ruralista Ronaldo Caiado declarando que os sem terra nunca produziram nada e que só os grandes produtores tratam o solo desta mãe gentil com a devida competência.

A bem da verdade, até hoje vi nos telejornais o pessoal do MST apenas em meio a lonas pretas acampando à beira de estradas, invadindo fazendas.. isto é, terras supostamente improdutivas e protestando, empunhando foices e enxadas. Ainda não vi em nenhum canal de TV algum assentamento funcionando, produzindo; cooperativas agrícolas formadas por ex-sem terra, contribuindo para o PIB nacional. Será que não se mostra assentamentos do MST que já deram certo porque elas simplesmente não existem, ou porque ficam longe do PROJAC, ou então porque é mais interessante mostrar uma multidão bramindo, içando bandeiras vermelhas.. de gélida memória, do que ter diante da câmera de TV pacatos lavradores remexendo na terra, plantando abobrinhas?

Se eu não tivesse visto o poder dos minifúndios do sul do país, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, provavelmente não questionaria nada. Provavelmente nem questionaria o crescimento das cabeças de boi nesse interior da Bahia ao longo daqueles 40 anos... lembrando talvez o crescimento demográfico da Áustria nos últimos 50 anos, passando de 7,5 milhões de habitantes para 8.3 milhões...  Durante as minhas viagens montado a cavalo entre Ruy Barbosa e Mundo Novo em 1969 e 1970 vi muitas cancelas, muitos mata burros, mas pouco gado. A paisagem daquelas fazendas mais se parecia com um parque jurássico. Será que isso mudou e a quantidade de arrobas de carne bovina produzida nesse interior do Brasil duplicou, triplicou desde quando havia 90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção...?

Tudo pergunta que não sei responder!

Pessoalmente e como leigo receio um aumento da produtividade no campo... que para mim significa um aumento em defensivos agrícolas, implicando métodos que podem nos tirar alimentos mais saudáveis.

Como taverneiro prefiro continuar a comprar carne bovina de gado pastando a ter que recorrer à proteína animal cheia de hormônios e antibiótica. Vegetais geneticamente modificados em prol de um aumento de produtividade também não fazem a minha cabeça e não combinam com a culinária austro-húngara e os petiscos e pratos preparados artesanalmente no Bistrô PortoSol.

E tenho dito!

Essa baboseira é uma gentil oferta do taverneiro do Bistrô PortoSol, que pratica uma gastronomia fora do circuito Pizzaria-Praça de Alimentação-SushiSashimi-Creperia-Caranguejo... vide www.reg.combr.net/bistro.htm ... e onde você mesmo tempera a sua cerveja com lúpulo, de acordo com o seu paladar!

 

Reinhard Lackinger é taverneiro, austro-brasileiro, apaixonado pelo Brasil, pela sua Alice e pelos seus petiscos, não necessariamente nessa ordem.


Autor: Reinhard Lackinger
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