Aquele método era muito simples. Todos os dias havia
lutas de gladiadores nos estádios (o
mais famoso foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos
(pão e trigo). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a
população se distraia e se alimentava também se esquecia dos problemas e não
pensava em se rebelar.
O incrível é que essa frase tão antiga continua
presente e atual na forma de alguns governantes fazerem política.
Podemos observar que esses governantes procuram
distrair a população com eventos, festas ou “inaugurações” fúteis que em nada
contribuem para a melhoria das condições de vida do cidadão. Ao invés de
procurar “investir” na educação e saúde da população, bem como na geração de
empregos, eles preferem simplesmente “gastar” em festas e comemorações com o
propósito de distrair a população, evitando que ela se conscientize da
realidade.
É claro que a diversão é importante para qualquer
pessoa. Contudo, ela não deve ser a prioridade nem se constituir em instrumento
de manobras dos governantes. Estes devem se concentrar nas ações que realmente
possam provocar mudanças na condição de vida do povo, dando-lhe oportunidades
para sua evolução pessoal e social.
Vivemos o circo de escândalos políticos, da corrupção e
da impunidade e continuamos encantados e sem nenhuma reação ao vermos os
imperadores modernos que se valem do discurso fácil, inútil e cheio de
promessas.
Os governantes devem perceber que essa política está
ficando ultrapassada e que eles serão cobrados pela não realização dos
investimentos necessários nas áreas da saúde e da educação, bem como na
qualificação da mão-de-obra tão necessária à formação dos jovens. Aquela velha
frase "não se dá o peixe, se ensina
a pescar" pode ser definida como princípio básico de desenvolvimento
em qualquer sociedade. Porém, ainda existem aqueles que preferem continuar com
a política do pão e circo do imperador Vespasiano.
O imperador pensava: “O que mais precisam? Tendo isso,
eles não querem mais nada. Não têm perspectiva, não têm objetivos grandiosos.
Querem só comer e se divertir”. Assim cresceu o império romano.
Mas havia uma minoria do povo que não era controlada e
nem dependia do imperador. E essa minoria tinha o propósito de realizar
mudanças, as quais foram facilitadas pelas conspirações e traições palacianas
que acabavam por abrir uma lacuna de corrupção no governo regente que era
desmantelado. Porém, o governo seguia, já que o importante era manter o povo
calado. Calado e contente com a esmola que recebia, a qual se temia perder caso
houvesse uma revolta. Anfiteatros para peças e lutas de gladiadores eram
construídos, e o mísero pão era distribuído como um gesto de grande
“generosidade” e “solidariedade” dos governantes.
Pão e circo para o povo. Educação não! Educação é prejudicial.
Educar o povo é abrir seus olhos para a sua triste realidade, que causa
indignação nos que a compreendem, mas é a minoria. Uma minoria esmagada por um
exército de “espertos” que continuam sorrindo com sua política de pão e circo, sem nenhum compromisso com
o desenvolvimento do povo e destruindo os sonhos das futuras gerações.