O caçador de palacios

domingo, 22 de novembro de 2009

Era uma vez um palácio, construído por um marquês no final do século XIX. As melhores madeiras foram usadas na sua construção e os mais consagrados pintores deixaram nele a sua marca. Um dia o marquês morreu. O palácio tornou-se Pestana Palace.

O caçador de palacios

O que faz de um hotel um lugar para sonhar? Qualquer que seja a resposta, a primeira condição é ser um lugar que nos faça sentir bem. Se falarmos de um palácio, os ambientes e as memórias fazem o resto. Com o cenário certo, todos podemos ser personagens de ficção, sem deixar de sermos nós e essa é a impressão que nos fica ao folhear “Per View”, o livro criado a convite do Grupo Pestana no âmbito das comemorações do centenário do Palácio Valle Flor — hoje Pestana Palace —, e que resulta do projeto fotográfico de Cátia Castel-Branco.








O livro reúne cerca de 70 imagens, todas elas captadas (e muitas vezes inspiradas) nos diversos espaços do hotel. Entre produções de moda, retratos a figuras públicas ou cidadãos anônimos e situações captadas no dia-a-dia do Pestana Palace, o resultado faz justiça ao glamour original do edifício, construído no final do século XIX, e que acolheu parte da vida social lisboeta no início do século seguinte.

 Foi José Luís Constantino que o mandou erguer. Transmontano nascido em 1855 é descrito como inteligente e empreendedor, um homem com forte consciência social, nomeadamente empenhado em apoiar o desenvolvimento das populações em São Tomé e Príncipe — José Constantino partiu para África com apenas 17 anos e tornou-se, em São Tomé, um dos maiores produtores de cacau. As suas ações valeram-lhe várias condecorações e, em 1907, o rei D. Carlos atribuiu-lhe o título de marquês. O palácio que construiu tornou-se, de algum modo, a memória viva das suas vivências, absorvidas entre África, Lisboa e Paris.

A morte do marquês de Valle Flor, em 1932, deixou em risco o edifício, que está, desde 1997, classificado como monumento nacional. Abandonado e em avançado estado de degradação, o palácio foi adquirido ao Estado em 1992 pelo Grupo Pestana ( leia-se  Dionísio Pestana,empresário português que vem recuperando monumentos pelo mundo afora.Em Salvador por exemplo,fez o mesmo com o antigo Convento do Carmo). Os trabalhos de recuperação que haviam de lhe devolver o esplendor, tornando a fazer brilhar as pinturas assinadas pelos melhores pintores portugueses da época, os ornamentos de luxo e as madeiras originalmente vindas de São Tomé, duraram anos. Inaugurado em 2001, o hotel voltou a ter tudo para fazer sonhar. Como se vê pelas fotografias, um luxo!

À mesa encenação de um banquete, onde o ambiente da sala dá o tom.


Autor: Adolfo de Castro
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