O Crack Chegou

terça-feira, 31 de maio de 2011

Domingo, dez de Janeiro de 2010, duas horas da madrugada. A criatura da noite trajando minissaia e bota de cano longo aproxima-se do cruzamento entre a Rua Benjamin Constant e o Beco do Açougue. Aconchega-se no canto da porta da Eletrônica do popular Totó e acende a chama da morte. Uma câmera com raio infrared registra o flagrante.

O Crack Chegou

Há mais de um ano Euclides da Cunha vem sendo alertada sobre a epidemia de crack que assola a cidade, tendo como base o antigo Beco do Açougue. Está na hora de comunidade, autoridades e educadores se unirem para frear a epidemia. Este relato, produzido em janeiro de 2010 já era assustador. Agora, na mesma região, o que ocorre é simplesmente alarmante. Leiam!



Após drogar-se com crack, a mulher atravessa a rua e numa casinha nos fundos da casa que foi de Iaiá dos Correios, abre a caixa onde está o registro da Embasa e ali guarda os apetrechos utilizados para o consumo da droga; um fósforo, o chumaço de algodão, metade de uma lâmina de barbear e desaparece na noite tão misteriosa quanto chegara...

Sexo, drogas e rock'n roll, é assim que era conhecido o movimento hippie que embora com raízes mais antigas, tomou força inicialmente nos Estados Unidos no início dos anos 60. Foram os anos do “Flower Power”, o símbolo da não violência. Mas o que isso tem a ver com a “Conexão Euclidense”? Quase nada. A não ser o fato de que na “pacata” cidade de Euclides da cunha, às barbas das autoridades, é fácil encontrar “Sexo, drogas e como não tem rock’n roll, não vai faltar um arrocha ou um forró...

...Sempre tocados em aparelhos de som made in China e originados em cd´s pirateados... Naqueles becos que conforme já se noticiou, são resultados do traçado urbano de Euclides da Cunha, obedecendo a padrões medievais, quando todas as casas deveriam ter uma entrada pelos fundos para atender empregados, fornecedores e para a retirada do lixo e dejetos humanos. Como no contexto atual, esse tipo de relação desapareceu e os “becos” estão em áreas que podem ser valorizadas. A Prefeitura que também lucraria com a arrecadação de impostos, em comum acordo com proprietários, poderia partir para a urbanização dessas áreas a exemplo do que ocorre em todas as cidades do mundo onde existe esse traçado antigo.

Mas enquanto isso não acontece, crianças, respeitáveis senhores e senhoras da região central da cidade, a maioria talvez sem ter conhecimento do fato, convive eventualmente com espaços e pessoas que nada ficariam a dever à cracolandia paulista.

M., por exemplo, é uma mulher de idade indefinida. Tanto pode ter 28 anos consumidos pela qualidade de vida ou quem sabe 40 ou 45 de fato. Ela tem um bar frequentado por garotas de programa, na maioria das vezes à plena luz do dia. Ao lado, um espaço com uma porta de madeira travada lado de fora com um forte ferrolho, é um local que ela orgulhosamente apresenta ao seu provável cliente. Lá está apenas uma cama com um velho colchão sem qualquer forração, higiene ou cuidado. Como não há instalação sanitária, o odor de suor e urina é  muito forte.Abrindo a porta ela me apresenta;”Aqui é o fura couro. Olha, o pessoal até que gosta desse cheirinho. Alguns até dizem que é estimulante”. Envaidece-se a comerciante.

“Eu cobro cinco reais por quinze minutos. Tenho à venda cervejas, raizinhas, e é claro camisinhas. Mas essa última, nem todo mundo usa. Já a menina, o freguês tem de acertar direto com ela. Os preços variam entre dez e quinze reais pelos quinze minutos.”

E menores, freqüentam aqui? “Não, aqui não. Mas já ouvi falar de lugares que tem meninas de quinze anos. Custam mais caro. Até cinquenta reais. Mas a dona do bar não se envolve. Ela entrega a chave da casa ao freguês e vai embora. Ele dorme lá com a menina. Pela manhã, confere-se o que foi consumido e ele paga só o consumo. Mas isso é para cliente nota dez. Tem quem consuma até cem reais durante a noite”.

E drogas. Tem droga por aqui? “Não aqui no meu bar não. Mas tem aqui por perto. Cola de sapateiro, cocaína, crack e maconha. À vontade!”

Travesti, fazendo programa, também tem? “Não, esse povo não frequenta aqui. Só mulher gostosa” Ri.


Autor: Celso Mathias
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Existe 5 comentários para esta publicação
quinta-feira, 2/6/2011 por neuza ananias
Prefeita FAÇA A SUA PARTE,FECHA O BORDEL DO BECO DO AÇOUGUE
Cracolandia do açougue e prostibulo se não frear vai receber mais uma droga avassaladora o OXI.Prefeita não feche os olhos pra o problema.
quarta-feira, 20/1/2010 por "M"
a chama da morte
M não é comerciante coisa nenhuma,ela é uma Cafetona,alimenta a prostituição.Será que essa fora da lei tem apoio de alguém importante pra manter essa porta aberta.Cana grossa nela.
quarta-feira, 20/1/2010 por marcos oliveira
Crack
As autoridades locais devem tomar providências imediatas para que nossa cidade não se torne a cracolandia do sertão. Essa drogra é uma praga que alastra fácil.
quarta-feira, 20/1/2010 por sargento kangasseiro
nossa realidade
parabens pela materia.Essa e a nossa realidade.Basta sair um pouco a noite e constatar esses fatos.Tenho visto muito acontecer isso nas minhas noites boemias. Grande abraço
segunda-feira, 18/1/2010 por Jarbas Nogueira
As coisas estão ficando complicadas por aqui.
Algo que estávamos acostumados a ver na TV parece ter entrado de vez em nossa realidade. O mais incrível é que, muitas vezes, caminhamos paralelamente a tudo isso e não nos damos conta. As imagens são fortes, porém necessárias, para constatar de uma
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