GUERRA AO ALZHEIMER

domingo, 16 de maio de 2010

O desenvolvimento de um teste sanguíneo de diagnóstico e de uma vacina abrem uma nova janela de esperança no combate à principal causa de demência. Os números assustam. Estima-se que em todo o Mundo existam mais de 18 milhões de pessoas com Alzheimer, uma doença neurológica degenerativa que é a principal causa de demência entre os idosos. Em 2025, poderão ser 34 milhões, quase o dobro.

GUERRA AO ALZHEIMER


O desenvolvimento de um teste sanguíneo de diagnóstico e de uma vacina abrem uma nova janela de esperança no combate à principal causa de demência. Os números assustam. Estima-se que em todo o Mundo existam mais de 18 milhões de pessoas com Alzheimer, uma doença neurológica degenerativa que é a principal causa de demência entre os idosos. Em 2025, poderão ser 34 milhões, quase o dobro.

Como a enfermidade não tem para já cura, os esforços de investigação têm-se concentrado no desenvolvimento de meios de diagnóstico precoce e fármacos que possam retardar a sua progressão. O primeiro objetivo pode estar para breve. A Amorfix, uma empresa canadense de biotecnologia, estará colocando no mercado um teste sanguíneo que permitirá diagnosticar a doença. A boa notícia não chega só. A União Européia acaba de reforçar o investimento numa vacina cujos testes clínicos em humanos já estão iniciando

O desenvolvimento de uma ferramenta de diagnóstico simples é uma ajuda preciosa no combate ao Alzheimer. Cálculos recentes apontam para que metade dos afetados nos sete principais mercados farmacêuticos do Planeta continue por diagnosticar. A explicação é simples: atualmente, o diagnóstico só pode ser confirmado post mortem com uma análise no cérebro, pelo que os médicos são obrigados a confiar em exames cognitivos e de memória, TACs, ressonâncias magnéticas e outros exames laboratoriais, muitas vezes caros e invasivos mas nem sempre eficazes. Se é certo que a taxa de precisão é, ainda assim, bastante elevada (entre 85 a 90% dos casos confirmam-se após a morte), a taxa de diagnóstico é pobre, ou seja, muitos pacientes não chegam a receber o  diagnostico da doença.

O teste desenvolvido pela empresa canadense aposta na detecção de depósitos de peptídeos de beta-amilóide, que são um potencial indicador biológico da presença da patologia. A beta-amilóide está presente no sangue dos indivíduos normais, mas acredita-se que níveis significativos de fragmentos da proteína se acumulam em placas no cérebro de doentes com Alzheimer, sendo depois libertados na corrente sanguínea. A presença dos peptídeos no sangue pode, assim, segundo os especialistas, confirmar a doença.

O teste foi desenvolvido pelo canadense Neil Cashman, um especialista internacional que já havia criado um diagnóstico para a Síndrome de Creutzfeldt-Jakob, conhecida como “a doença da vaca louca”, e espera fazer o mesmo para outras patologias neurológicas, como a doença de Lou Gehrig. Para além de permitir atacar a enfermidade com melhores resultados numa fase precoce, o teste representará um passo de gigante rumo ao desenvolvimento de medicamentos mais eficazes. Com cerca de 450 milhões de pessoas em todo o Mundo com mais de 65 anos, o mercado alvo da Amorfix pode valer qualquer coisa como quatro mil milhões de euros.

Os depósitos de peptídeos de beta-amilóide são também o alvo de uma vacina que está a ser desenvolvida pela empresa austríaca Affiris GmbH e que acaba de receber um apoio de 2,4 milhões de euros da UE. Em Setembro de 2005, o grupo de investigadores austríacos havia já anunciado resultados positivos de uma primeira vacina, capaz de alcançar uma redução de dois terços das plaquetas em modelos pré-clínicos com doença de Alzheimer. Agora, o objetivo passa por especificar melhor o alvo da vacina, ou seja, os peptídeos corretos a atingir, permitindo que “a reação imune atue apenas contra a forma degenerada da proteína e que isso seja feito sem atacar a forma natural”, explicaram os responsáveis da companhia. Os testes clínicos em pacientes já foram iniciados, e o desenvolvimento da vacina está em fase final

No Brasil estima-se que sejam cerca de 1.200.000 os casos atingidos por esta patologia do foro neurológico.


Autor: Adolfo de Castro
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Existe 3 comentários para esta publicação
sexta-feira, 14/5/2010 por Reinhard Lacknger
Quando o alemãopintar no pedaço.. segnda parte
Dizem que uma das coisas boas para o idoso é ouvir sucessos da música popular de tempos idos favorecem o que ainda funciona no cérebro do paciente com Alzheimer. Por isso Já para o Bistrô PortoSol, cuja trilha sonora é composta de múscias antigas.
sexta-feira, 14/5/2010 por Reinhard Lacknger
quando o alemão pintar no perdaço...
Pois é, não adianta querer combater o que está se perdendo. É inútil tentar exercitar o que já não funciona mais! É preferivel incentivar e reforçar o que ainda é possível, o que o idoso ainda consegue fazer.
quinta-feira, 13/5/2010 por Maria Aparecida Mendes
GUERRA AO ALZHEIMER
Ótimas informações. Também fiquei a pensar: porque tantas patologias? Porque os filhos de hoje ficam a mandar: faça palavra cruzada, faça isso faça aquilo. Mas na verdade a vida é um flash...; obrigada.
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