Em 1976, contratado pela poderosa LVHM detentora da marca Chandon comandada pelo super executivo Davide Marcovitch, deixou o Chile após ter passado pelo Uruguai e a Argentina, onde já acumulara uma excelente gama de conhecimentos e experiências enológicas, que vieram a transformar a Chilena Casa Silva em uma das mais respeitadas vinícolas do mundo. Geisse fez do Chandon produzido no Brasil, um produto capaz de fazer inveja ao seu congênere Frances.
Dono de muitas ideias e de temperamento inquieto, em 1979 ele desligou-se da Chandon para montar o seu próprio negócio, a Cave Amadeu, onde além de tintos e brancos, elabora seus espumantes exclusivamente com uvas próprias e utiliza o método Champenoise, o mesmo que produz os néctares de Reims. Na composição, via de regra, os clássicos 70% de Chardonnay e 30% de Pinot Noir.
Foi na região de Pinto
Bandeira, distrito de Bento Gonçalves, hoje conhecido como região dos
Vinhos de Montanha onde ele identificou todas as características consideradas
ideais para iniciar o negócio. Boa altitude (800m), solo com excelente
drenagem, boa amplitude térmica e posição solar ideal, tudo para que pudesse
seguir em busca de seu principal objetivo, o de desvendar o real potencial de qualidade
que a região poderia oferecer. Para isto renunciou as grandes produções do
método de cultivo vigente na região - latada - e optou pelo de espaldeiras
altas, com produções menores, mas de melhor qualidade, aliando conhecimento,
tradição e técnica.
Sucesso e prêmios começaram a ser uma constante na vida
desse chileno-brasileiro. Um dos mais importantes concursos de vinhos do mundo,
o francês Vinalies Internationales 2009, premiou um único espumante na América
do Sul com medalha de ouro: o Cave Geisse Brut.
Foram apenas nove (9) medalhas de ouro para o
continente sul americano, sendo o Cave Geisse o único espumante da região a
obter a distinção, acima de 86 pontos. As outras oito (8) medalhas de ouro da
América do Sul ficaram com o Chile, com mérito para o enólogo Mario Geisse, o mais premiado da
região, que também recebeu três (3) medalhas de ouro para os vinhos da Casa
Silva, vinícola em que atua como diretor técnico.
Cabe ressaltar que, de todos os países participantes, apenas o Brasil (1), Espanha (1), França (37), Itália (1) e Canadá (1) obtiveram medalha de ouro com seus espumantes.
Diante de tanto sucesso, os franceses convidaram a
equipe da Cave de Amadeu para, comandada por Mario Geisse, produzir uma safra
especial do espumante Cave de Geisse, em nada mais nada menos que a própria
Região de Champagne. Lugar que por sinal, não tem muito segredo para o
intrépido Mário Geisse. O grande sonho dele, no entanto é, após ter gerado no
Brasil um espumante divino, no Chile um Carmenére idem, Fazer na Espanha o Tempranillo
dos Tempranillos e, finalmente na Argentina; "O Malbec". Os franceses
que se cuidem!