PELOS, calvície E MITOS

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Alguns distúrbios psiquiátricos estão ligados a problemas do cabelo. Ser calvo, numa sociedade cada vez mais preocupada com a imagem é complicado. Os cabelos assumem uma importância decisiva na construção da autoestima do indivíduo, significando, sobretudo beleza e juventude. É por isso que a sua queda pode significar um problema considerável para muitas pessoas. Descubra o valor do cabelo. A calvície apenas deixa indiferentes aqueles a quem não atinge.

PELOS, calvície E MITOS

Embora a perda de cabelo não origine déficit funcional pode provocar um enorme impacto psicológico. Um homem que sofre de perda de cabelo pode ter sentimentos de imagem corporal distorcida, de envelhecimento precoce e de perda da masculinidade. Muitos homens sentem-se menos atraentes, menos seguros e menos capazes de competir nos seus ambientes profissionais. Estudos de mercado citam que 98% dos homens que perderam ou perdem os seus cabelos fizeram um dia algo para tentar parar o processo.

Função dos pelos – Na escala evolutiva, cabelos e pelos serviram para proteger o organismo da perda de calor. Uma densa proteção pilosa representava também uma primeira linha de defesa corporal contra traumatismos físicos superficiais, e químicos, tais como a penetração, através da pele, de substâncias potencialmente tóxicas. O movimento dos nossos antepassados das florestas tropicais para as savanas mais ensolaradas acarretou uma progressiva anulação da necessidade de pelos como isolantes físicos. Assim, hoje, os pelos nos humanos são estruturas meramente vestigiais. Convém, no entanto, não esquecer que alguns pelos, em localizações especiais, conferem uma proteção real. É o caso dos cílios, das sobrancelhas e da pilosidade que se pode desenvolver dentro das narinas e dos canais auditivos externos. Igualmente, o cabelo desenvolve um papel fundamental na proteção do couro cabeludo contra as radiações solares. O cabelo e o pelo são também “órgãos do tato” envolvidos numa relação sensorial. Há um número incontável de terminações nervosas nos folículos pilosos, capazes de transmitir múltiplas sensações, principalmente o prazer: o cabelo e o pelo podem ser mensageiros sexuais e contribuem para a dispersão dos odores segregados pelas glândulas sebáceas e apócrinas, relacionada com os hormônios de atração sexual. Contudo, um dos grandes papéis do cabelo passa pela sua importância psicológica. Ele é, para os psicanalistas, a “coroa” da imagem, e a sua falta pode ser acompanhada de problemas de autoestima e segurança, mais ou menos graves.

 

Do símio à depilação - A evolução acabou com a função protetora do pelo. À medida que a cultura e a tecnologia foram libertando os nossos antepassados das condições climáticas, o pelo corporal foi diminuindo, acabando por perder a sua função principal: proteger-nos do frio.

>Os símios, como o resto dos mamíferos que vivem sem calefação, necessitam de pelo para proteger-se do frio.

>O homem não necessita de tanto pelo. Isso facilita a termo regulação, mecanismo que os primatas não possuem.

>Hoje não é a evolução a responsável pelo fato de o homem perder o cabelo que lhe resta. Darwin nunca pensou nas mudanças que a moda poderia provocar.

O cabelo por dentro - Em cada centímetro quadrado temos 300 cabelos. Cresce um centímetro em cada mês, e a sua estimativa de vida é de apenas três anos. De fato, todos os dias perdemos entre 50 e 100 fios de cabelo. Mas não há motivos para preocupação: a nossa cabeça tem entre 100 mil e 150 mil fios de cabelo, exceto no caso de pessoas com problemas de alopecia. Em cada centímetro quadrado concentram-se entre 300 e 400 fios, com um diâmetro entre 40 e 100 mícrons e um comprimento de 5 a 10 centímetros.

Não há milagres - Ao longo da história da humanidade foram sendo criados muitos remédios naturais ou caseiros para diminuir a queda dos cabelos. Nos dias de hoje, graças à facilidade de utilização de publicidade enganosa, aparecem muitos produtos que prometem a cura. São produtos aos quais se atribuem propriedades cuja eficácia no organismo não foi demonstrada pela ciência e, consequentemente, não foram submetidos aos sistemas legais da autorização dos medicamentos. Os produtos milagrosos não são medicamentos. Desconfie das grandes promessas. Lembre-se de que, perante a existência de uma doença ou lesão, a utilização destes produtos pode piorar o seu estado, bem como impedir uma atuação clínica em tempo oportuno. Os diversos cosméticos podem limpar, manter ou proteger o bom estado do cabelo ou da pele, mas não possuem propriedades terapêuticas. Não utilize nenhum produto supostamente benéfico para a saúde sem consultar o médico. Há ainda que contar com o efeito placebo: convencidas das virtudes terapêuticas do produto, algumas pessoas apresentam melhoras, embora este, na realidade, só contenha substâncias inativas.

Falsos mitos - Há muitas teorias, mas quase todas são falsas. Existem muitos mitos populares sobre o cabelo e seus cuidados. A maioria dos casos não tem base científica.

>Cortar o cabelo aumenta a sua grossura.

Falso. O diâmetro da raiz do cabelo cortado é exatamente igual ao do cabelo pouco cortado.

>Os permanentes causam queda de cabelo.

Falso. Podem queimar ou traumatizar a haste capilar, mas não provocam a queda do cabelo.

>Uma escova cheia de cabelos... calvície.

Falso. Os cabelos apresentam antes de cair um processo de miniaturização que os torna invisíveis.

>Os sustos tornam o cabelo branco...

Falso. As cãs são genéticas. Mas o estresse pode causar a queda súbita do cabelo pigmentado dando essa ilusão.

Tratamentos - Descobriu-se que a queda do cabelo está relacionada com a DHT, um derivado hormonal que causa o seu enfraquecimento. Existem medicamentos que conseguem reduzir os níveis de DHT no couro cabeludo, impedindo a queda e favorecendo o seu crescimento. O seu princípio ativo atua como um inibidor específico da enzima que favorece o aparecimento da DHT, responsável por desencadear a calvície em indivíduos predispostos geneticamente. Outros têm uma ação vasodilatadora do couro cabeludo, o qual apresenta uma diminuição do fluxo sanguíneo durante o processo da alopecia. Estes medicamentos, de prescrição médica, são eficazes na maioria dos casos, se bem que a sua ação seja muito lenta, exigindo uso prolongado que pode tornar-se dispendioso. O fator tempo na obtenção de resultados pode ser um desanimador.

Transplantes - Hoje é possível restaurar o cabelo natural, através de técnicas microcirúrgicas. Consiste na extirpação de uma tira de pele coberta de cabelo saudável, retirada da parte de trás ou dos lados do couro cabeludo, para posteriormente o implantar na zona do couro cabeludo que apresenta calvície ou menor densidade de cabelo. Dependendo do grau de calvície da zona frontal ou da coroa, podem ser necessárias de uma a três intervenções, que impliquem a realização de várias centenas de enxertos para atingir a densidade desejada. Habitualmente, os cabelos enxertados voltam a crescer normalmente umas seis a doze semanas depois da intervenção, podendo ter durabilidade. Outras técnicas cirúrgicas são a redução e o transplante do couro cabeludo. Apesar de algum incômodo e de ser muito dispendioso, parece valer a pena como solução definitiva.


A importância do cabelo - O cabelo permite diversas possibilidades de alteração da imagem. A necessidade que temos de alterar a nossa imagem, de acordo com a moda ou devido a processos internos, é muito importante no reforço da autoestima. O cabelo permite as alterações mais diversas, movendo um negócio de milhões em torno do seu corte e dos produtos de beleza a ele associados.


As mulheres continuam a ser as que mais se preocupam com as questões estéticas mais ligadas ao cabelo, e aquelas de quem socialmente se exige maior sofisticação. Contudo, tem havido nos últimos anos um aumento do número de homens que já se preocupam com o estado do seu cabelo. A calvície natural só é um problema para quem estiver propenso a fragilidades psicológicas graves e de difícil superação. Depois de assumida, não é nenhum obstáculo ao êxito social nas suas diversas vertentes. São inúmeros os carecas com êxito público reconhecido.


Autor: Celso Mathias
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