Oasis of the Seas; viagem ou sonho?

domingo, 30 de outubro de 2016

Mais comprido, mais largo, mais alto, mais pesado, mais caro... A lista seria fastidiosamente longa, porque o “Oasis of the Seas” tem sinal mais em tudo. E ser maior é ser melhor? Por si só, não. Tudo depende do que se faz com esse tamanho, espaço ou número que excede todos os outros. A Royal Caribbean (RC) diz que não fez só o maior navio de cruzeiros de todos os tempos, mas “o mais revolucionário”. Tem razão? Ou trata-se apenas de uma frase de efeito?

Oasis of the Seas; viagem ou sonho?

 

O “Oasis of the Seas” não é apenas o maior navio de cruzeiros de todos os tempos, mas uma revolução na arte de tirar férias no mar. Essa cidade flutuante confunde a viagem com o sonho!

Números grandiosos - E para onde navega este gigante flutuante? Para poucos destinos. Desde cedo, por opção — e por isso a RC diz estar a “redefinindo a experiência de fazer um cruzeiro”. Mas também porque quase não existem portos com capacidade para o navio atracar — atualmente, o seu itinerário tem paragem em St. Thomas, St. Marteen e Nassau, nas Bahamas. Também portos nas Caraíbas Ocidentais (Labadee, no Haiti, Cozumel e Costa Maia, no México). Foram necessárias obras de fundo e até a construção de cais para receber o “Oasis” nestas paragens. E até de um porto, como o de Falmouth, na Jamaica.

Central Park- Recriação do ambiente citadino, a céu aberto e com o primeiro parque

natural construído num navio, à volta do qual se distribuem sete restaurantes, cafés e várias lojas, com destaque para o luxuoso restaurante 150 Central Park e uma Galeria de Arte Praia, uma Zona de Entretenimento com Patinação no gelo entre outras atividades. Nesta avenida, onde se situa o grosso das lojas e muitos cafés e bares, realizam-se as famosas “parades” dos cruzeiros É uma área de funcionamento noturno, por excelência, embora o Casino também “abra” as portas durante o dia com as suas 450 slotmachines, 27 mesas de jogo e sala de poker.

No Opal Theatre, a grande sala de espetáculos (1380 lugares) onde serão privilegiados musicais tipo Broadway, juntam-se, um salão intimista de jazz e blues com música ao vivo, uma sala para comédia e um grande espaço de dança (o Royal Babies and Tots), um espaço raro nos cruzeiros. Aqui se encontra também um equipamento inédito num navio, o Adventure Ocean Theater, um teatro exclusivamente para crianças, e ainda um laboratório de ciência, um estúdio da imaginação, uma zona de workshop e outra de esportes e jogos. Os jovens têm os seus próprios espaços, como a discoteca (Fuel), uma área de filmes e videogames.

O “Oasis of the Seas” limitou-se a navegar. A ideia era que todos aproveitassem ao máximo o navio. E dele desfrutassem como se estivessem num resort ou numa cidade flutuante. O barco torna-se, assim, o próprio destino. Essa é a proposta inovadora da Royal Caribbean, após 40 anos realizando cruzeiros pelos mares (atualmente tem 23 navios no ativo).







A recepção - Cumpridas as formalidades de embarque, tiradas as fotos da praxe para as quais os passageiros são convidados a posar para mais tarde recordar um momento que se quer único, é com elevadas expectativas que os passageiros sobem as rampas, que, pela primeira vez num navio desta companhia, vão desembocar em plena Royal Promenade, no deck 5. Este é um dos sete ‘bairros’ temáticos em que se divide o “Oasis” e ao qual se juntam o Central Park, o Boardwalk, as zonas de entretenimento, da juventude e das piscinas, de esportes e do SPA - fitness center — a primeira grande novidade apresentada. Mas há também o Central Park, com o primeiro parque de plantas e árvores naturais feito num barco, e o primeiro Acqua Theater num navio (com a piscina mais profunda), ou o primeiro carrossel, os primeiros lofts, o primeiro slide, o primeiro simulador de surf... e o maior SPA, o maior fitness center, a maior pista de jogging, o maior número de piscinas e jacuzzis, o maior número de espreguiçadeiras, a maior zona para crianças e jovens, o maior número de restaurantes e as maiores variedades gastronômicas... pelas quais é responsável o português João Mendonça, um dos  que integram a tripulação de 2165 elementos provenientes de 71 países.

Segundo Adam Goldstein, presidente e CEO da Royal Caribbean International: “Porque ser maior permite-nos fazer coisas especiais, como o Central Park e o Aqua Theater”. Goldstein diz que tal foi possível com a abertura da parte central do navio, uma das inovações do design e arquitetura do barco — um processo que envolveu largas dezenas de profissionais e meio milhão de horas até se chegar ao layout final. Durante cerca de uma hora, os responsáveis da RC falam de assuntos tão sérios como a eficácia energética e os novos procedimentos de segurança, com um nível de sofisticação tecnológica comparável ao de um aeroporto, ou temas mais triviais, como a decoração das 2706 cabinas ou a escolha do nome do navio - E a crise? - Por que gastar cerca de 1.5 bilhões de Dólares para construir mais um navio quando já existem desde 2006 os três da classe Freedom, até agora os maiores do mundo? Goldstein contrapõe que o projeto tem 10 anos e na época não havia crise, que a recepção por parte do público não tem precedentes e que mesmo agora há uma grande procura, pois o “Oasis” é único e inédito.  Um navio para toda a família, do avô ao neto. É assim que é definido o “Oasis of the Seas”, a joia da coroa da Royal Caribbean. Como os cruzeiros sempre foram conotados com uma faixa da população mais idosa, não há grande necessidade de captá-la. Mas quanto aos mais jovens, é exatamente o oposto: por isso, foi posto especial cuidado nos equipamentos para crianças e jovens, que dispõem da mais vasta área alguma vez pensada para eles — um SPA incluído! E com desafios inovadores, que agradam tanto a crianças como a adultos, seja na área esportiva — como os simuladores de surf — ou na artística — e aqui a música tem lugar de destaque, não só para ouvir ou dançar, mas também para experimentar tocar.

O destino é o próprio navio - Tradicionalmente, um navio, mesmo com a chancela “cruzeiro”, serve para transportar pessoas de um lado para o outro, levá-las de porto em porto. O “Oasis” rompe com esta filosofia e introduzir o conceito do barco como destino, aumentando o número de dias de navegação e diminuindo os portos tocados. É neste contexto que surgem os lofts como uma das 37 categorias de alojamento neste navio — espaços abertos e luxuosos.







Por muito inovador e moderno que seja um navio há tradiç
ões que se mantêm e com as
quais ninguém quer acabar. Uma delas é a de se vestir para jantar. Neste ritual, redescobre-se o glamour que nos remete para os grandes navios de outrora, repletos de aristocratas, atores, escritores e homens de negócios.



O expoente atinge-se nas noites de gala, com a presença do comandante e o dress code exigindo vestido comprido paletó e gravata — ou, pelo menos, uma versão compatível com o brilho da noite (há senhoras que não dispensam as calças, homens que se recusam a usar gravata em férias...) Manda também a tradição que a noite prossiga com um espetáculo. No “Oasis”, o mais desejado é o do Aqua Theater, ao ar livre e sob o
céu estrelado. Tenham todos uma boa viagem. Digo; bons sonhos!


Autor: J.Dollinger/Agpress
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