E o povo, assim como no futebol, busca um salvador do time/pátria. Ocorre que pelés, maradonas, neymares e similares funcionam às vezes no campo. Na administração de uma nação; nunca!
Dos mais recentes, podemos registrar Jânio Quadros (31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961) que prometeu varrer a corrupção do país; deu no que deu! Tomou uma série de medidas tresloucadas e renunciou ao mandato de Presidente da República após sete meses de desgoverno alegando estar sendo pressionado por “forças terríveis”. Forças essas que até hoje ninguém descobriu quais foram.
Depois veio Fernando Collor de Mello, outro salvador da pátria que subiu a rampa do Planalto em 15 de março de 1990 prometendo varrer os marajás, os corruptos, os ditadores, os ladrões... Desceu a rampa em 02 de outubro de 1992 depois de renunciar (tentando evitar o Impeachment) sobre vaias e uma saraivada de acusações de corrupção, mau uso do dinheiro público e diversos outros escândalos.
Finalmente veio a dupla Lula/Dilma. Um operário semialfabetizado e uma guerrilheira. Em fim, o povo queria experimentar a esquerda no poder, aquela gente valorosa que muitas vezes arriscara a vida para ver o país redemocratizado. O resultado está aí; os dois governos estão repletos de escândalos e de inimagináveis patifarias. O que Fernando Collor recebeu de acusações durante o governo que o PT ajudou a enterrar, diante das administrações petistas, parece coisa de seminarista. Collor é tão honesto e bom que hoje é aliado delles!
Bem, agora o povo cansou do PT. Do mesmo PT que um dia abrigou em seu ministério o falecido candidato Eduardo Campos e sua Herdeira Marina Silva que abandonaram o barco do poder quando sentiram que as marolas estavam indo alto demais.
Agora o povo quer Marina silva, a nova salvadora da pátria, a mulher que vai revolucionar o país batendo de frente ou de lado com o agronegócio, reduzindo ministérios, praticando uma religião que considera doença as relações homo afetivas, mas que vai defender o casamento gay porque é politicamente correto. Ela também vai acabar com a corrupção, com as relações espúrias entre governo e empresariado, claro, se enxergar. Agora por exemplo, ela nada consegue enxergar no caso do avião que ela e o então candidato Eduardo Campos usavam e terminou por vitimá-lo. Ela não sabe como voava num avião que custa quase vinte milhões de reais e ao que parece não tem dono.
O Brasil vive um momento em que todo cuidado é pouco.
Não podemos correr o risco de uma nova ou um novo Messias. Em 1978, por exemplo,
parlamentares do MDB, entre eles o deputado Ulysses Guimarães, acharam muito
boa a ideia de apoiar a candidatura de um militar disposto a enfrentar no
Colégio Eleitoral o general João Figueiredo, já escolhido pelo presidente
Ernesto Geisel. Conduzidas pelo general Hugo Abreu, ex-chefe da Casa Militar de
Geisel, as articulações envolvendo dissidentes fardados resultaram na escolha
do general Euler Bentes Monteiro. Consultado
sobre a ideia, Tancredo Neves, o avô de Aécio, sempre moderado perguntou: “O
Hugo Abreu não é oficial paraquedista?” Exato! Ouviu como resposta. “Pois se eu
paro, olho e medito antes de descer um degrau, como é que vou me juntar com um
camarada que se joga de um avião lá do céu e sem ter asas?” ─ encerrou
Tancredo, que ficou fora do barco e do fiasco. Fiasco que hoje ronda a porta do seu neto Aécio que junto com o
PSDB e as oposições permitiram a reeleição de um Lula afundando em um mar de
lama e ainda a eleição de Dilma cacifada pelo ex-morto Luiz Inácio Lula da Silva que agora volta a assombrar no
confuso quadro político do país.
Mas o quadro político não é confuso apena s nas eleições para o Governo Federal. Espalha-se pelo país afora um festival de candidatos no mínimo bizarros e de campanhas idem. Na Bahia, por exemplo, o nonsense generalizou-se. O nível das campanhas aproxima-se do ridículo pela falta de propostas e de seriedade nas abordagens dos grupos melhor posicionados nas pesquisas: “Turma do atraso”, ”Turma que gastou muito dinheiro da propaganda”, “Turma que prometeu, mas não fez”, “Turma que prometeu e vai fazer”. ..
Como no futebol, lembram a parodia dos humoristas baianos
Jair e Vicentino que se digladiam em
sketches diários em uma estação local de Tv, cada um defendendo as qualidades
do seu time. Na sepultura, homenageado ontem pela passagem do seu aniversário
natalício de 87 anos, ACM deve ter dado várias voltas no túmulo diante da
mistureba que está sendo feita na política, especialmente na Bahia!