Para aqueles que não conseguem decidir se querem “fugir de tudo ou estar no meio de tudo”, a Grande Miami é a cidade americana que mais oferece o meio-termo.
É preciso que alguém tenha muito tempo e fôlego
para aproveitar tudo que a Grande Miami tem para oferecer. No entanto, só o
esforço já vale a pena – especialmente para os que gostam de variedade. A
Grande Miami é a cidade dos bolinhos de mexilhão, do arroz com feijão cubano,
chocalhos e castanholas, salsas e compas, jig e rumba. É a união do Velho Mundo
com a arquitetura do século 21, eventos desportivos, cheio de emoção ou um
calmo banho de sol, culturas de cidade grande num aconchegante ambiente de
bairro. Os turistas podem pescar um marlin, munidos de um bom molinete, passear
pelo bairro Art Déco, avistar
jacarés no Parque Everglades, assistir a um balé, ópera ou orquestra sinfônica,
praticar windsurf no Atlântico, bebericar um café cubano, atravessar a baía de
barco, deliciar-se com um prato de caranguejo, mergulhar para ver corais
magníficos, acariciar um papagaio ou golfinho, dançar e brincar nos festivais
de rua ou simplesmente contemplar a natureza de uma tranquila duna.
Para os que apreciam os esportes, a escolha é infinita. Inclui vários eventos de futebol americano, basquete e beisebol, o “Orange Bowl Classic”, Jai Alai, corridas de cavalos ou cães, competições náuticas de classe internacional, um dos melhores times universitários de futebol americano, corrida Grand Prix, sem contar, é lógico, dois esportes que parecem terem sido inventados para o sul da Flórida: golfe e tênis. O time profissional de hockey “Flórida Panthers” entrou para a programação de esportes da temporada. E para os participantes, a temporada de esportes ao ar livre nunca termina.
A prova concreta de que Miami já entrou no século 21 pode ser vista no Centro, ou “Dowtown”, onde o panorama dos arranha-céus representa uma mudança radical das linhas simétricas que se encontram na maioria das cidades americanas. Prédios vazados, fachadas em camadas ou com bordas ornamentadas, temas náuticos, escadas em espiral e o uso anti-convencional da cor anunciam o início de uma nova era arquitetônica.
Do outro lado da baía de Biscayne, Miami Beach é um mural vivo, uma combinação de prédios em cores pastel, alinhados ao longo da areia branca do tipo Pompano, em contraste com as tonalidades aquamarinas do oceano.
Poder estar sentado em um café ao ar livre, ao cair da noite em Miami Beach, é um privilégio para qualquer ser humano. Quando a lua sai de trás do oceano e um navio cruza lentamente o horizonte, é difícil imaginar um lugar onde se possa estar com maior prazer. Hoje em dia, ao longo da avenida beira-mar Ocean Drive, com sua sequência de hotéis em estilo Art Deco, uma nova geração vem descobrindo Miami Beach. Os sinais de rejuvenescimento de South Beach são evidentes, desde as turmas animadas nos clubes Art Deco restaurados, até as calácdas em tons de vermelho e as palmeiras ao longo da super badalada Ocean Drive.
A maior parte das propriedades em Ocean Drive foi totalmente renovada. A
passarela entre as ruas 5 e 15 foi ampliada e embelezada com 125 palmeiras.
Cerca de 500 coqueiros foram plantados do outro lado da rua, em Lummus Park. A
energia vibrante que impera no bairro Art Deco está bem representada pela
variedade de música ao vivo que se pode ouvir pelas ruas, desde rock de estilo
“progressive” ou “hot” até o insinuante blues ou jazz. Pequenos teatros, em que
a audiência está a apenas alguns metros dos atores, estão surgindo em todo o
bairro. As ruas, com as suas tonalidades pastel, estão cheias de restaurantes,
galerias de arte e butiques. E aqueles que apreciam o estilo europeu dos cafés
encontrarão sua melhor expressão nos atraentes cafés à beira mar da Ocean
Drive.
O bairro Deco constrói pouco a pouco seu prestígio
como centro do renascimento cultural da Grande Miami. A rua de pedestres “Lincoln Road Mall”, que já foi
conhecida como a “Quinta Avenida do Sul”, está retomando seu antigo brilho e se
transformando num núcleo das artes. Estão localizados nesta rua o “South
Flórida Arts Center”, o “Colony Theater” e as sedes da orquestra “New World
Symphony” e do “Miami City Ballet”. Atualmente a Lincoln Road está em fase de
planejamento para uma completa renovação física. Os novos ocupantes incluem
restaurantes da moda, galerias de arte e butiques. Como não podia deixar de
ser, o beutiful people também já descobriu Miami. Todos os dias podem ser
vistos homens e mulheres posando glamourosamente contra o fundo da arquitetura
Deco e do mar, como modelos para catálogos, anúncios, comerciais de TV e
filmes. Existem aproximadamente 15 agências de modelos funcionando em South
Beach e pelo menos cinco delas se entregaram ao irresistível apelo da região,
montando seus escritórios em plena Ocean Drive. Na parte norte de Miami Beach,
continuam os velhos favoritos: casas de estilo mediterrâneo, charretes puxadas
por cavalos, famosos hotéis de convenções, como o Fontainebleau Hilton,
butiques sofisticadas e, é claro, as famosas e amplas praias. As excelentes
condições do tempo em Miami Beach são em parte responsáveis pela atração
internacional do lugar. Na região das praias chove, anualmente, 330 milímetros
a menos que no interior. E a temperatura em Miami Beach raramente atinge a
marca dos 32 graus centígrados, mesmo nas tardes de verão. O histórico Centro
de Convenções de Miami Beach, com seus motivos Art Deco, conta com mais de 100
mil metros quadrados de área de convenções, classificando-se entre os 10
maiores centros do país.
Coconut Grove é um estado de espírito boêmio, que se manifesta
nos vários cafés, pubs, pequenos e elegantes shoppings, galerias de arte, lojas
especializadas e calçadas de tijolo vermelho. Já se tornou obrigatória uma
visita a esta região triangular, um sedimento de pedra calcária à beira da
baía, um microcosmo da Grande Miami. O “Grove” – assim se referem ao bairro os
que o frequentam – é um símbolo de liberdade e ecletismo: socialites em trajes
de festa e luvas brancas circulam com gente jovem patinando pelas calçadas,
vestidos em biquínis de bolinha.
Pode-se sentir a energia do lugar em um passeio pelas calçadas que vão da Grand Avenue, ao longo da Main Highway, ao lado oposto da alta floresta de pinheiros australianos, que enfrentam o vento da beira-mar. Se alguém lhe mostrar as fotos das pequeninas travessas que saem da avenida principal, você vai achar que foram tiradas na “Rive Gauche” parisiense. Sem falar que estão ladeadas por pequenos arbustos, de um vermelho brilhante, que enchem o ar com seu aroma perfumado. Logo ali se encontra o Cocowalk, um centro de US$ 38 milhões, onde uma combinação inusitada de lojas especializadas trouxe vibração e novidade ao Grove. Projetado para complementar e se mesclar com a arquitetura e ambiente únicos do bairro, o centro Cocowalk atrai verdadeiras multidões às suas lojas, boates, cinemas, restaurantes e clubes noturnos. Sair para jantar no Grove pode ser uma coisa bem informal, como por exemplo num pub dando para a baía, ou extremamente elegante: no Grove podem ser encontrados alguns dos mais sofisticados hotéis, restaurantes e lojas de designers da Grande Miami. As noites estão cheias de sons de reggae, jazz e rock e do perfume inconfundível do luxo e do bom gosto.
E não perca o Museu e Jardins Vizcaya. Escondido dentro de um denso bosque, às margens da baía e logo acima do Grove, este magnífico palácio de estilo renascentista italiano, de 70 cômodos e deslumbrante jardim formal de 4 hectares, está aberto ao público durante os sete dias da semana.