Nove dicas indispensáveis para apreciar melhor o seu vinho

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Enquanto os nossos vizinhos argentinos consomem 38 litros/ano por pessoa, nós brasileiros não ultrapassamos a 02 litros. A questão é cultural. Entretanto, aos poucos, o brasileiro está descobrindo as vantagens da bebida de Baco. Em todas as capitais do país já existem excelentes casas de vinho e já está iniciado o processo de interiorização.

Nove dicas indispensáveis para apreciar melhor o seu vinho

Para os novos apreciadores do vinho, 09 dicas para apurar o prazer da degustação. São regras básicas e simples para você aproveitar melhor as qualidades da bebida dos deuses. Salute!

 

1-Regulando a temperatura da adega

A não ser que você pretenda conservar seus vinhos por décadas, não é necessário regular a adega para temperaturas muitas baixas, ao redor de 12º C. A estas temperaturas, os vinhos evoluirão muito devagar e podem ficar prontos apenas para seus filhos e netos. Uma temperatura de 16º C talvez seja ideal, pois permite que os vinhos evoluam suavemente, em tempo adequado. Para consumo mais rápido, 18º ou até 20º C, desde que constantes, são adequados.

2-Cuidado com tintos frios demais

Preste atenção à temperatura dos tintos quando saem da adega. Eles devem ser servidos ao redor de 18-20º C para os mais encorpados ou 17º C para os mais leves.

Se forem servidos frios demais, não mostrarão seus aromas e qualidades, parecendo muito desequilibrados, tânicos e amargos.

3-Acerte a temperatura

Tintos encorpados 19º-20º C

Tintos mais leves 16º-18º C

Rosados e Brancos secos encorpados 11º-13º C

Brancos leves e aromáticos, Jerez 9º-11º C

Champagne e espumantes encorpados 7º-9º C

Brancos doces e espumantes mais leves e descompromissados 7º-8º C

4-Rolha molhada não é problema

Algumas pessoas pensam que uma rolha molhada representa problema para vinho. Nada disso. Se o gargalo das garrafas fosse perfeito, bastaria uma rolha curtinha, de um centímetro, por exemplo, para vedar a garrafa. Como os gargalos são imperfeitos, as rolhas são mais compridas. O importante é que a rolha impeça que o vinho vaze para fora do gargalo. Em muitas garrafas, a rolha fica molhada em toda a sua extensão e não apenas no seu início, o que é absolutamente normal.

5-Vinho e molho vermelho

Massas de molho vermelho combinam maravilhosamente bem com Dolcetto ou Barbera, ou então com um bom Chianti. Experimente também outros tintos frutados, como alguns Merlots brasileiros. O Maximo Boschi 2006 é uma excelente pedida. Uma ótima combinação é um Rose de Provence como o Miraval, vinho produzido pelos atores Brad Pitt e Angelina Jolie, um rose com boa estrutura. Outra opção excelente é o saboroso Baby Bad Boy de Jean-Luc Thunevin, uma excelente combinação para massas entre os inúmeros Bordeauxs.

6-Vinho e comida

A maioria dos vinhos melhora muito quando acompanhado de um prato apropriado – em especial os europeus. Faça o teste: a diferença pode ser realmente enorme. Para a harmonização, basta um pouco de bom senso e algumas regrinhas básicas, além de uma disposição para experimentar coisas novas. Vinhos mais encorpados vão bem com pratos mais fortes, vinhos mais leves com pratos mais leves. Pratos mais gordurosos são bem equilibrados por boa acidez ou por taninos. Carnes vermelhas em geral pedem taninos. Carnes brancas, grelhadas ou delicadas podem tanto ser acompanhadas por brancos encorpados quanto por rosados e tintos mais delicados. Peixes leves, mariscos e ostras definitivamente pedem brancos ou rosados, mas os peixes mais fortes, como bacalhau, podem ser acompanhados por tintos leves (ou brancos mais encorpados envelhecidos em carvalho). E assim por diante! Usando o bom senso, experimente novas combinações e comprove que realmente o verdadeiro lugar do vinho é à mesa!

7-Safras com inteligência

As tabelas de safras são muito úteis, pois uma indicação média de qualidade de cada região, dependendo do ano. No entanto, elas não deveriam ser usadas para limitar o enófilo, e sim para ajudá-lo. Não é inteligente querer tomar vinhos apenas de safras espetaculares. Hoje em dia, geralmente os melhores produtores fazem ótimos vinhos mesmo em safras mais fracas. Eles têm inúmeros recursos à disposição, como limitar bastante as quantidades. A tecnologia também tornou muito raras as safras desastrosas. Neste caso extremo, o bom produtor pode decidir por não engarrafar, se a qualidade daquela safra não estiver à altura de sua reputação.

É por isto que é importante estar atento ao nome do produtor.

As piores safras atingem sobre tudo os maus produtores. O bom produtor costuma fazer bons vinhos mesmo nas safras mais difíceis. As safras mais fracas também são ótimas para beber quando jovens, pois ficam prontas mais cedo. As grandes safras devem esperar mais, demorando para amadurecer.

8-O que são Puttonyos?

Muita gente se pergunta o que quer dizer o termo “Puttonyos” que aparece nos Tokaj Aszú húngaros. Um “putonny” são 25 kg de uvas “Aszú”, ou seja, uvas atacadas pela botrytis, a podridão nobre, que retira água e concentra o teor de açúcar – o que dá origem a alguns dos melhores vinhos de sobremesa do mundo, como os Tokaj Aszú e os Sauternes. Quando se diz que um Tokaj é “5 Puttonyos”, por exemplo, isto significa que 5 bacias de 25kg de uvas botrytizadas foram adicionadas ao barril de base (1361), com vinho branco seco. O número de “Puttonyos”, assim, determina o teor de açúcar do vinho.

Quanto mais “puttonys”, mais rico e doce o vinho, e em teoria melhor.

9-Lavando seus copos

Evite lavar os copos de vinho com detergente, já que estes produtos normalmente deixam resíduos, odores e prejudicam especialmente as pérgulas dos espumantes. Os copos de degustação devem ser lavados preferencialmente apenas em água quente, sem sabão ou detergente, e depois secos com um pano limpo usado apenas para este fim. Melhor ainda é deixá-los secar naturalmente, virados para baixo. Guarde os copos em pé, em lugares frescos e secos. Se estiverem guardados por muito tempo, pode-se passar um pano umedecido em álcool, para eliminar eventuais aromas de mofo que talvez estejam presentes.


Autor: Celso Mathias
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