Ângelo ou Demônio?

sábado, 1 de novembro de 2008

Hoje, esquecido pela mídia, Ângelo leva uma vida tranquila e enquanto espera que a Justiça se faça, vive entre outros, com os rendimentos que lhe proporcionam a Ecos, a Fundação que administra a aposentadoria privada dos empregados do Econômico. Curiosamente, uma das poucas fundações que não quebrou junto com a empresa como por exemplo as da VARIG e Transbrasil

Ângelo ou Demônio?




Dia destes fiquei impressionado com o insuspeito depoimento de um ex-executivo do Banco Econômico. Digo insuspeito, porque o cidadão José Hilcério Campos de Abreu(foto à esquerda),hoje vivendo no Amazonas, deixou o banco em decorrência de um episódio onde denunciou falcatruas de dirigentes do Pólo Petroquímico de Camaçari. Como a corda sempre rebenta do lado mais fraco, a cabeça dele foi exigida. Tempos depois, o severo presidente Ernesto Geisel, cortou também a cabeça daqueles que o derrubaram.

Segundo Abreu, Ângelo foi um dos melhores patrões que a Bahia já teve e o Banco Econômico, um dos maiores formadores de executivos. Por la passaram nomes como Rodolfo Tourinho, Agenor e Mário Gordilho, Petrônio Lerch, José Carlos Porto, Durval Mesquita, Agenor Pedreira de Freitas, Jô Vieira, e até ACM Jr. Que foi o primeiro gerente da Ecotrading.

E no decorrer da conversa, Abreu lembrou que Ângelo nos anos 60, era um modesto engenheiro que abria picadas em obras da Odebrecht como homem de confiança do Engenheiro Norberto. Nos anos 70, desembarcou no incipiente Banco Econômico da Bahia, o BEB e com o slogan”Mudar de rumo para não mudar de ramo”, transformou a instituição no Banco Econômico S/A. O BESA, para finalmente dar-lhe caráter nacional com o nome de Econômico.

Nesse ínterim, foi presidente do Banco do Brasil, Ministro da Indústria e Comercio -de Ernesto Geisel – e colocou o seu Econômico entre as cinco maiores instituições de credito país.

“A cada semestre, o volume de gratificações era tamanho que muitos executivos trocavam de carro e/ou de casa. Ele sabia dividir”, arremata Abreu.

Há também quem o acuse de prepotente, arrogante, de não dar caronas em seu jato particular nem mesmo a altos executivos do banco, e até de usar um elevador privativo para chegar ao seu gabinete de trabalho...

O interessante, é que as grandes conquistas de Ângelo de modesto engenheiro a banqueiro e figura de projeção Nacional, ocorreram entre os 25 e os 50 anos de idade. Isso pode ter causado inveja a muita gente.

Hoje, esquecido pela mídia, Ele leva uma vida tranquila e enquanto espera que a Justiça se faça, vive entre outros, com os rendimentos que lhe proporcionam a Ecos, a Fundação que administra a aposentadoria privada dos empregados do Econômico. Curiosamente, uma das poucas fundações que não quebrou junto com a empresa como por exemplo as da VARIG e Transbrasil

E para ficar ainda mais difícil entender o que ocorreu com o Econômico, os ativos administrados pelo Banco Central, segundo informações, já passam de 5 bilhões. Ângelo ou Demônio?


Autor: Celso Mathias
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Existe 1 comentário para esta publicação
sexta-feira, 31/10/2008 por Abreu
E agora, Ingratos?
Parabéns Celso. Gostaria de saber agora o que dizem os algozes (ingratos ex-funcionários) de Angelo, depois da quebradeira geral dos bancos em todo o mundo. Acho que ele devia lhe contratar para escrever um livro com o sugestivo titulo da matéria.
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