O paraíso é na Bahia?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O paraíso deve ser assim: um quarto com vista para um areal branco, mar azul-turquesa que se prolonga na infinidade, um longo e inebriante recife de corais. Coqueiros, palmeiras, falésias e um riacho que deságua no oceano. Quase nenhum vestígio de civilização. Podia ser um postal ilustrado mas nunca poderia fazer justiça a este lugar.

O paraíso é na Bahia?


Na Bahia, uma arquiteta portuguesa construiu um hotel de sonho que conquistou a crítica internacional.

Se as suas férias de sonho incluem um balneário super concorrido, um hotel ao preço da chuva e uma pulseirinha que lhe dá acesso a tudo, este não é, definitivamente, um lugar para você. O Tauana Hotel é a antítese do turismo versão McDonald’s, massificado e despersonalizado. Aqui tudo é exclusivo. A começar pelo lugar. Corumbau é um pedacinho de céu numa região isolada do Nordeste Brasileiro. Situado no extremo sul do Estado da Bahia, era, até muito recentemente, um dos segredos mais bem guardados do Brasil. Na língua indígena tupi, corumbau significa “longe de tudo”. Porto Seguro, uma das capitais turísticas da região, fica a 220 quilômetros e três horas de distância. “Era isto que procurava. Uma praia quase deserta e selvagem, cujo acesso não fosse fácil”, explica Ana Catarina Ferreira da Silva, que concebeu e gere o hotel.

Apaixonada pelo Brasil, a arquiteta portuguesa, de 39 anos, descobriu esta pequena e paradisíaca vila de pescadores e os seus 15 quilômetros de praias quando percorreu a costa da Bahia à procura do lugar perfeito para dar corpo ao sonho de uma vida: um hotel eco-chique direcionado para o turista que procura temperaturas tropicais, paisagens deslumbrantes, sossego absoluto e um refúgio super exclusivo. Inaugurou-o em Setembro de 2006 nestes 23 hectares de terra, rodeados de uma natureza exuberante e situados bem perto de dois parques nacionais brasileiros, o do Descobrimento e o do Monte Pascoal. A apenas quatro quilômetros fica a Barra do Cahy, onde Pedro Álvares Cabral pisou pela primeira vez as Terras de Vera Cruz.








O Tauana não é um hotel tradicional. Localizado no topo de uma colina que desliza para a praia, o complexo de luxo é composto por nove cabanas de 130m2 cada, rodeadas pela Mata Atlântica e com vista para o imenso mar. O projeto foi pensado para interferir o mínimo possível com a paisagem circundante, perfeito exemplo da natureza no seu estado mais puro. Das paredes em pau-a-pique e tijolo de adobe aos telhados de piaçava (uma palmeira local) e taubilha (telha de madeira), tudo foi construído com materiais e técnicas utilizadas na região. “O objetivo era que, quando visto do mar ou da praia, o hotel não se destacasse da vegetação”, conta a arquiteta.

Por fora, as cabanas podem até parecer rústicas, mas no interior, um amplo open space com um pé-direito de seis metros, não faltam pormenores de luxo: camas king size protegidas por estruturas de madeira tipo dossel, lençóis de algodão egípcio, colchas portuguesas e poltronas dinamarquesa do designer Jorge Zalzsupin. De fora ficam a TV ou os modernos LCD. Este é um local para repouso absoluto.

 

O refúgio tem conquistado uma tribo de turistas que percorre o mundo à procura dos segredos mais bem guardados (o fotógrafo de moda Mario Testino é um dos hóspedes ilustres) e somado elogios da crítica especializada.

Bem, a diária, como o próprio hotel,não é para qualquer um; 500 euros!



Autor: Nelson Marques
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Existe 1 comentário para esta publicação
quarta-feira, 22/4/2009 por Pablo
Corumbau
Tudo bonito e maravilhoso, mas será que está dentro do espaço mínimo entre construção e mar? Se quiser chegar lá e dormir numa barraca, numa simples pousada, é possível ? Cada vez mais tenho certeza de que o melhor da Bahia não é acessível aos baiano
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