Desenvolvendo o interior

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O BRASIL já há algum tempo assiste a um verdadeiro êxodo rumo aos grandes centros urbanos. Multidões deixam pequenas cidades e o campo movidas pela falta de perspectivas, de um lado, e pela esperança de oportunidades de uma vida melhor, do outro. Mas o que encontram, quase sempre, são metrópoles inchadas e inóspitas, que transformam os forasteiros em exilados no próprio país.

Desenvolvendo o interior


A fixação das pessoas em seus locais de origem é um tema presente sempre que se discute o futuro do Brasil, mas não temos sido eficazes na interiorização do desenvolvimento.

A ação social que a Fundação Odebrecht -instituição sem fins lucrativos mantida pela Organização Odebrecht- desenvolve no Baixo Sul da Bahia, com concentração pessoal e dedicação de Norberto Odebrecht, presidente de seu Conselho de Curadores, nos traz algumas importantes lições.

A primeira é que qualquer comunidade, por mais pobre que seja, dispõe de quatro capitais: o humano, formado pela gente que ali vive; o social, que são o conhecimento que aquele grupo acumula e as relações entre os que dele fazem parte; o ambiental, formado pelos recursos naturais ali existentes; e o produtivo, que é a combinação dos três anteriores para a geração das riquezas necessárias à sobrevivência digna de todos, potencializando as vocações locais.

A educação é o meio para desatar as forças da comunidade e capacitá-la para articular os capitais na busca do crescimento com desenvolvimento.

A segunda é que o foco deve ser na família, para que funcione como uma âncora para o indivíduo, tendo como referência o jovem preparado para ser um agente ativo no processo de transformação da realidade local.

A terceira é que a geração de riquezas deve se dar a partir da estruturação de cadeias produtivas para as quais a região tenha vocação clara.

Os produtores se reúnem em cooperativas e os jovens são educados em casas familiares. As casas familiares são instituições profissionalizantes que adotam uma pedagogia de alternância: os alunos passam uma semana na escola, em regime de internato, estudando em período integral, e duas em casa, ajudando os pais e aplicando os conhecimentos adquiridos.

E, finalmente, a mais importante das lições é que as pessoas preferem viver no lugar onde nasceram se têm saúde, educação, cultura, lazer e oportunidades de trabalho em quantidade, com qualidade.

No Baixo Sul da Bahia isso tem se mostrado suficiente para promover profunda alteração no estado de espírito de quem sempre foi vítima de um esquecimento secular.

Fonte:Folha de São Paulo

Autor: Emílio Odebrecht
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