Jim,o mito

terça-feira, 5 de julho de 2011

Quarenta e três anos depois dos The Doors terem editado o álbum de estréia, vale a pena reavaliar o mito Jim Morrison. Sim, Jim Morrison era mesmo um rapaz entre o boçal e a genialidade e com pretensões poéticas. Viria a falecer numa banheira em Paris, dando início a um mito bem à medida da história do rock’n’roll. Assim o confirmam os seus companheiros de estrada como Ray Manzarek, o tecladista do The Doors.

Jim,o mito


Ele não podia ser mais claro quando confessa que não queriam mais do que fazer uma espécie de “existencialismo europeu”.Emulando a arte de Ingmar Bergman ou Federico Fellini, que tanto ele como Morrison haviam conhecido quando frequentaram os cursos de cinema da Universidade de Los Angeles. Mas, por trás dessas intenções, pouco mais se encontrava.

Se, de alguma forma, o The Doors encaixavam na postura "paz e amor" muito própria dos anos sessenta, o inverso também era verdade. O acesso a outra dimensão, que estaria na origem do nome do grupo (proposto por Jim depois de ler The Doors of Perception de Aldous Huxley), era promovido pelo uso intensivo de ácidos (a primeira droga de eleição de Morrison) e estava certamente de acordo com o fascínio que a cultura oriental exercia sobre vários elementos do The Doors. Mas o The Doors, sendo californiano da gema, nunca aceitaria ir para São Francisco com flores no cabelo, fazendo alusão a uma canção de Scott McKenzie que tão bem descrevia os ares do seu tempo. Logo no álbum de estréia, The End, uma faixa que começou por ser uma canção de amor (“This is the end, my friend”) transformou-se num épico às avessas com mais de onze minutos onde Jim Morrison evocava o complexo de Édipo para berrar que queria matar o pai e ter relações sexuais com a mãe. Ou seja, o The Doors sempre viveu num equilíbrio, obrigatoriamente instável, em que o reino da luz era perpassado pelas sombras das trevas.







Esse equilíbrio tornou-se impossível quando, ainda nas palavras dos elementos da banda que sobreviveram a Jim Morrison, a dependência do álcool por parte do vocalista fez vir ao de cima o seu alter ego, o Jimbo(aquele aviãosinho mesmo do desenho animado). Essa foi a fase em que Morrison levava para o estúdio de gravação os seus colegas de farras, quase inviabilizando a gravação dos dois últimos álbuns do The Doors. Partiu então para Paris, de forma a reabilitar-se, mas seria encontrado já morto, pela sua namorada Pamela Courson, a 3 de Julho de 1971.



Autor: Adolfo de Castro
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Existe 1 comentário para esta publicação
domingo, 3/7/2011 por Junior Malta
Boa matéria
Gostem ou não gostem, o fato é que o The Doors encabeçou uma geração que viria a revolucionar a forma de se fazer música no mundo.
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