Agraciado com o prêmio da crítica do Festival de Cinema de Toronto, "Morte de um Presidente" é um filme que aposta num formato inovador: o do "documentário-ficcional". Estamos em Outubro de 2008 e um documentário na televisão nos faz recuar um ano, até ao fatídico dia do assassinato do Presidente George W. Bush.
Bush tinha ido discursar em um hotel de Chicago perante um grupo de empresários, mas a sua presença desencadeou a fúria de manifestantes “pacifistas”. No meio da agitação, o Presidente acaba sendo assassinado. 
O documentário nos leva a acompanhar a investigação da FBI, enquadrando as imagens de arquivo sobre o acontecimento, com inúmeros depoimentos, entre os quais as de todos os suspeitos de autoria do assassinato. O único testemunho que não é ouvido é o do sírio que foi condenado à morte. Mas será que foi mesmo ele o autor do crime? Ou estará o Oriente Médio fornecendo os "suspeitos do costume" que servem para ocultar os verdadeiros culpados?
A excelente fotografia do cartaz de Death of a President, de Gabriel Range ilustra bem o esforço de realização de um filme que fosse plausível e convincente. Tratando-se de uma ficção sobre o assassinato de George W. Bush, Death of a President vai adquirindo um progressivo realismo, ao reproduzir – por similitude – a esquizofrenia e o desespero irracional das reações da administração americana ao 11 de Setembro. E é, nesse sentido, um filme sobre o passado e o presente, mais do 
que uma conjectura sobre um putativo futuro. Evidencia a lógica de encontrar e forjar "culpados naturais", base e sustento da arquitetura da guerra contra o terrorismo, a par da incapacidade em perceber o acumular de indignação e revolta em relação à morte inútil de soldados no Iraque.
O filme é realizado por Gabriel Range que já havia explorado o mesmo formato em "The Day Britain Stopped", filme sobre uma série de eventos que levaram ao colapso de todo o sistema de transportes do país, causando perto de cem mortos.
